Definitivamente, o show do Youth Lagoon não estava na lista dos mais badalados que passariam pelo Union Park naquele final de semana. A apresentação não estava muito cheia, principalmente por estar concorrendo com o duo Cults, que tocava no mesmo horário em outro palco, mas quem havia comparecido sabia do potencial de Trevor Powers, que iniciou o projeto em 2010.
Dois elementos impressionavam, além da atmosfera sonhadora do Dream Pop tocado. O primeiro era a postura e maturidade de Trevor no palco, tecnicamente perfeito e liderando seu amigo guitarrista que o acompanha nas apresentações ao vivo. O segundo foi a voz do garoto, que ecoava em todo o palco azul e penetrava em nossos ouvidos de uma maneira que chegou a dar arrepios. Sensação que se repetiria no show do Beach House no dia seguinte.
O ponto alto do show foi a linda Montana, de The Year of Hibernation (2011), elogiado debut do projeto. Na música seguinte, para coroar ainda mais a bela apresentação, o guitarrista que até então parecia tímido no palco, se soltou para alegria dos fãs de um bom solo.
Mais uma vez, a sensação foi de que os festivais brasileiros e produtoras de shows se preocupam muito com o hype em torno de alguns nomes para trazerem ao Brasil e se esquecem de se preocupar com a música. Essa nitidamente é a grande vantagem de ter um festival com curadoria feita por um veículo crítico, que nunca chamará para tocar algo que realmente não valha a pena. Quem assistiu ao curto show do Youth Lagoon não me deixa mentir.