7 nomes pra se aprofundar no  Bedroom Pop

Por: Lucas Cassoli

Foto: Senay Kenfe

Apesar de ter uma origem bastante imprecisa (por volta de 2017/18), o Bedroom Pop é um daqueles gêneros cuja popularidade foi impulsionada por uma série de fatores certeiros: redes sociais na década de 2010, acessibilidade de DAWs (Digital Audio Workstation) e a popularização do YouTube.

Foto: mendesculpa

Nesta compilação, o Monkeybuzz traz alguns registros que, de alguma forma, tentam trazer o Bedroom Pop/Lo-fi para lugares menos óbvios, indo além das playlists de YouTube e dos áudios hiper reproduzidos nos TikToks.

MNDSGN – "Yawn Zen" (2014)

Um ano antes da rádio Lo-Fi Hip Hop mais conhecida do YouTube ser criada, o produtor MNDSGN já era praticamente um veterano da baixa fidelidade. Mais conhecido por suas aventuras e flertes com o Hip Hop, Ringgo Ancheta construiu seus beats unindo o esquisito e o suave.

Foto: Senay Kenfe

Yawn Zen é um registro que reúne todas essas características, mostrando um momento precioso de sua carreira no qual ele consolidava sua sonoridade.

niLL – "Negraxa" (2016)

O rapper jundiaiense se apegou à íntima relação que este gênero tem com as mídias digitais – principalmente os videogames.

Foto: mendesculpa

IO rapper via nos timbres clássicos dos games de Atari, uma possibilidade de criar significados instigantes em sua mixtape Negraxa (2016). O trabalho parece ter sido composto em um grande galpão, repleto de jogos de arcade e bem reverberado – quase beirando o Vaporwave.

Yaeji – "Yaeji" (2017)

A sul-coreana Yaeji traz um dos exemplos mais bem construídos e bem-acabados desta fusão de outros gêneros com o Lo-Fi.

Foto: Instagram

Outro aspecto único de Yaeji é a facilidade para produzir músicas que são ao mesmo tempo dançantes, mas com um pé firme dentro da Ambient Music.

Geotic – "Traversa" (2018)

Geotic é, segundo Will Wiesenfeld (ou Baths), um projeto de escuta passiva, no qual o que mais importa não é necessariamente uma percepção total das coisas, mas um pretexto para que o ouvinte possa colocar parte de suas interpretações em jogo.

Foto: Todd Weaver

Apesar de não trabalhar com timbres de baixa fidelidade, Will capta um espírito do Bedroom Pop/Lo-Fi que nem sempre é muito óbvio de cara: a fusão de gêneros distintos.

SG Lewis – "Dark" (2018)

SG Lewis é um produtor de música eletrônica famoso pela sua predileção (e facilidade) para se apegar a gêneros dançantes e envolventes, repletos de groove.

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Lewis é um exímio manipulador de humores e, nesse sentido, ele se apropria muito bem do aspecto antagônico dos gêneros que se misturam.

There’s Talk – "bathed water moon" (2018)

Deixando um pouco o aspecto dançante de lado, o grupo There’s Talk traz um lado do Bedroom Pop pouco associado ao gênero: a melancolia arrastada.

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No curto EP, há uma grande mistura de texturas Lo-Fi e ambientações volumosas que podem dar uma sensação de caos, mas que aos poucos vai fazendo sentido à medida que evoca sentimentos grandiosos dentro de nós.

Tennyson – "Telescope EP" (2019)

A dupla Tennyson prova que o virtuosismo também tem um grande espaço no gênero. Ela é responsável pela união de timbres básicos com arranjos complexos e difíceis.

Seus registros mostram tanto seus talentos como produtores, quanto como instrumentistas altamente habilidosos. Telescope quebra convenções de gêneros e se consolida como um híbrido musical de várias camadas.