O atual R&B mexicano a partir de sete artistas

Por: Isabela Yu

Foto: Pollo Bruxo

O México não é exatamente o lugar mais óbvio quando pensamos em R&B. O ritmo musical americano se popularizou a partir da ideia de que era necessário categorizar os estilos dissidentes do Blues e do Jazz, ambos característicos da cultura negra.

Foto: Christine Guggenberger

Artistas espalhados por diferentes regiões do México dão contornos a uma cena que está se descobrindo – e justamente por isso é tão interessante. Conheça sete artistas mexicanos que flertam com o R&B:

Foto: Lorenzo Navas

Girl Ultra

Girl Ultra, alter ego de Marina de Miguel, vê um novo movimento acontecendo. Nascida na Cidade do México, cresceu escutando discos de Aretha Franklin e Natalia Lafourcade, e vislumbrou um destino na música quando ainda era pré-adolescente.

Foto: Fernando Cattori

“Conforme fui ficando ainda mais fã de R&B, percebi que queria abrir o gênero para a minha língua nativa.”, explica Marina à Rolling Stone americana. 

Kiddie Gang

Formado há apenas um ano por quatro amigos e estudantes de produção musical – Foudeqsh, Bear Macklin, Kash Kiddie e Lee Flame –, o projeto tem alguns singles, e lançou o primeiro EP Vertigo durante a quarentena.

Foto: Beto Pinto Mora x Mextasis

Rap, Indie Rock, Trap e Dance Music, além do próprio R&B, fazem parte das referências. O encontro do quarteto resultou em faixas desaceleradas, Lo-Fi e cheias de personalidade.

Noa Sainz

Regina Isabel Vallejo criou a persona Noa Sainz em 2018 para lançar suas próprias composições. Seu primeiro single, “FYT”, apresenta de forma tímida alguns elementos de sua sonoridade – um Pop Eletrônico com toques de Reggaeton e R&B.

Foto: Zai Najera

“Quero ser um ícone mexicano”, diz em entrevista ao Remezcla. Todo o perfume vintage que Ultra Girl apresenta em sua identidade, Noa Sainz se aproxima da estética futurista – beats mais eletrônicos, estética sci fi e muitas cores neon.

Clubz

Coco Santos e Orlando Fernández criaram este projeto unidos por um amor em comum: o som dos sintetizadores. A sonoridade dançante da banda surge da pesquisa do duo por camadas, texturas, graves marcantes, solos de sax e pedais de guitarra.

Foto: Pol Agustí

“Pensamos como será em 2030, quando as pessoas serão nostálgicas olhando para 2013. Quando olharem para tipografias, cores e pensarem: ‘nossa, essa banda dos anos 2000 era legal’. Como as pessoas reagem hoje em dia com as bandas dos anos 80 e 90”, explica Coco.

Wet Baes

Conhecido pela pegada DIY, ele busca misturar elementos das décadas passadas. Uma leve Bossa Nova, um Michael Jackson dos anos 1980, com bandas atuais como Phoenix e Justice.

Foto: Pol Agustí

Sua investigação criativa também passou a incorporar elementos espaciais, ele chegou até mesmo batizar seus últimos três EPs de Cosmovidencias (2019).

Fer Casillas

A artista batizou seu primeiro disco, Imágenes de Olga (2019), como uma homenagem a sua avó Olga, que ensinou Casillas a cantar desde criança. A mãe é professora de música e o pai é um grande colecionador de discos de Jazz. 

Foto: Zai Najera

Contrariando a tendência eletrônica do momento, aposta em um som orgânico e explora experimentos com orquestração. Seu parceiro criativo é o produtor colombiano Juan Pablo Vega, responsável por coproduzir ambos os trabalhos.

Babe Mija

A mais underground da lista, Babe Mija, projeto de María Palencia, tem poucas músicas online, mas todas merecem a sua atenção.

A primeira track de sua página do Soundcloud é um cover publicado há seis anos de “I Heard Love Is Blind”, do disco Frank (2003), da Amy Winehouse. A vocalista compõe em inglês com algumas pitadas de espanhol, caso do single “Quetiapine”.