PC Music e os caminhos do Pop
Por: Amanda Cavalcanti
Foto: Catalina Xavlena
Em 2013, o músico recém-formado A. G. Cook começou um projeto para colocar em prática conhecimentos de A&R (área da gravadora que cuida de “Artistas e Repertório”) e criou um selo, a PC Music. A escalada foi veloz: o selo se tornou um dos acontecimentos mais importantes da música Pop ocidental nos últimos dez anos.
Foto: Alaska Reid & Julian Buchan
Nesta nova década, é impossível saber o que o tal do futuro do Pop nos reserva, mas uma coisa é certa: todos estarão atentos aos caminhos da PC Music. De olho nesse futuro próximo, reunimos 10 trabalhos lançados pelo selo desde sua formação que resumem, de alguma maneira, a história, os sons, as propostas e as ambições artísticas do selo.
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A.G. COOK – “BEAUTIFUL” (2014)
A.G. Cook é não apenas o fundador da PC Music, mas também o produtor de alguns dos maiores hits e faixas mais significativas da label.
Foto: Scott Dudelson
Um dos primeiros lançamentos do selo foi “Beautiful”, single com capa e som que expressam bem o que ficou conhecido como “Bubblegum Bass” – gênero cuja criação é atribuída a A. G. e a outros artistas associados à PC.
KANE WEST – WESTERN BEATS (2014)
Ainda em formação, em 2014, a label apresentou diversidade com o lançamento do EP Western Beats de Kane West – pseudônimo do produtor e instrumentista Gus Lobban.
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Western Beats continua, é claro, passeando pelos arredores da Dance Music, mas os timbres de Kane West vão mais para os lados de House e Disco.
DANNY L HARLE – BROKEN FLOWERS (2015)
Se 2013 foi ano de criação da PC Music, e, 2014, ano em que ela decolou, 2015 trouxe a verdadeira consolidação, com o EP Broken Flowers.
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O trabalho de Harle em Broken Flowers é um pouco mais experimental do que a PC Music havia mostrado até então e incorpora transições rápidas e barulhentas a batidas de trance e samples de sons da natureza.
HANNAH DIAMOND – “HI” (2015)
A cantora tem como marca registrada não apenas a voz suave e doce, mas também as letras sobre o amor na era digital.
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“Hi” discorre sobre relacionamentos online, segundo Diamond, “não com uma pessoa específica, mas com todas as pessoas com quem você interage.”
GFOTY – CALL HIM A DOCTOR (2016)
A canção Pop pós-irônica, distorcida e exagerada chegou ao seu máximo com o EP de estreia da cantora Polly-Louisa Salmon, ou GFOTY (uma abreviação de Girlfriend of the Year).
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Call Him a Doctor é um misto de canções que parecem parodiar os clichês estéticos e temáticos da música Pop dominante nas paradas. Ao mesmo tempo, apresentam propostas sonoras que poderiam expandir a paleta do que é considerado Pop.
DANNY L. HARLE – “SUPER NATURAL” (2016)
Em 2016, Danny L Harle lançou o single que, não surpreendentemente, se tornaria o maior de sua carreira até então: “Supernatural”, com participação de ninguém menos do que Carly Rae Jepsen.
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O produtor também trabalhou com Caroline Polachek (do Charlift) e Clairo nos últimos anos.
TOMMY CASH – “LITTLE MOLLY” (2018)
Embora a label flerte com tendência do Hip Hop em diversos momentos, o único artista que se define como rapper na PC Music é o estoniano Tommy Cash.
Foto: Suffo Moncloa
“Little Molly” é, como o nome sugere, uma ode a drogas que não fica longe do lugar em que muitos dos rappers mais ouvidos na última década estiveram.
UMRU – SEARCH RESULT (2018)
Umru é uma cara relativamente nova na PC Music (Search Result foi seu primeiro lançamento pelo selo), trazendo sua mistura contemporânea de Pop com glitch e graves estourados.
Foto: Max Schramp
Em Search Result, Umru ainda trouxe novos nomes para os holofotes que iluminam a PC Music, como Laura Les, metade do 100 gecs, e a cantora australiana Banoffee.
HANNAH DIAMOND – REFLECTIONS (2019)
Reflections é um dos poucos discos cheios lançados pela PC Music e o primeiro de Hannah Diamond, que até então contava com só com singles e EPs, apesar de ser um dos maiores nomes do selo.
Foto: Reprodução
Com o futuro do Pop se desenhando para a próxima década, Hannah Diamond e PC Music deram sua contribuição final com Reflections.
PLANET 1999 – DEVOTION (2020)
O projeto é um pouco menos pop-estranho do que o normal para o selo e conta com uma sonoridade mais suave, mas não menos moderna – uma espécie de Slowdive dos anos 2020.
Foto: Planet 1999