tantas coisas com João Gordo

Foto: LucasLima

Por: Ana Laura Pádua

No tantas coisas, artistas compartilham sua coleção de coisas favoritas e contam, sempre de um jeito direto e descomplicado, histórias e preferências que fazem parte de suas carreiras e sua identidade. Nos palcos, no estúdio e no dia a dia.

No início da minha carreira, o disco que eu mais ouvia era…

No meu mundo underground em 1977, a gente ouvia muito Punk Rock, né? Ramones, Sex Pistols, Sham 69, Stiff Little Fingers… Mas um disco que não saía da minha vitrola era o Rocket to Russia, do Ramones.

O último filme que fez minha cabeça foi…

A Bruxa (2015), dos personagens Thomasin e Black Phillip, saca? Esse é demais, muito obscuro, tenebroso. O diretor [Robert Eggers] é o mesmo do O Farol (2019), um filme muito bom, preto e branco, bem soturno.

Meu artista favorito para ouvir quando estou cozinhando é...

Eu estou cozinhando só para os meus filhos, então eu não escuto música. Fico mais nos podcasts, uma galera que eu ouço no YouTube, o Henry Bugalho, historiadores, Galãs Feios. Só escuto política, eu fico com mó raiva.

Um momento muito especial da minha passagem pela MTV foi…

Em 12 anos aconteceu muita coisa. Eu entrevistei mais de 1.200 pessoas, tem gente que eu nem lembro. Mas tem os bagulho clássico tipo entrevista com o Padre Marcelo Rossi, 10 anos da MTV o Datena me entrevistando, eu apresentando aquele Fica Comigo como Pica no Umbigo.

O artista mais improvável da minha playlist é...

Eu tenho playlist dos anos 1960 que é bem legal, tem um monte de coisa improvável que eu não colocaria pra escutar hoje em dia, tipo Sammy Davis Jr.

Meu prato vegano preferido é…

Eu gosto da maldita moqueca de banana que eu faço, tem que ser a minha. (...) Mas o prato vegano que eu mais gosto mesmo é homus ou guacamole, adoro esses dois bagulho.

Os primeiros artistas que eu mostrei para os meus filhos foram...

Devo, que é lúdico pra caramba, né? Eu tinha algumas fitas e DVDs, coletâneas Punks, aí eles ficavam assistindo e viam o Iggy Pop, 999, né? AC/DC, Queen… Eles foram muito bem criados com essa influência sonora aí.

Os planos para os 40 anos do Ratos de Porão são...

A gente tinha planos de tocar, de fazer show na Europa, de lançar um disco de Hip Hop com uns mano, mas o único que eu consegui fazer até agora foram as versões rockabilly do Ratos com os Asteroides Trio, ficou sensacional, músicas muito boas. Essa vai ser minha comemoração.

Minha maior referência artística fora da música é…

Eu curto muito cinema nos anos 1970, filmes de terror, vários filmes clássicos que passavam de madrugada na Globo, que eram proibidos pra gente. Coisas antigas tipo Deliverance (1972)  (...)  A minha infância foi nessa época então eles me marcaram bastante, formaram o meu jeito de ser.

A pandemia e a quarentena me ensinaram que…

O povo é suicida, burro pra caralho, negacionista, tá ligado? E que o Bolsonaro é um grande filho da puta, genocida. As pessoas são estúpidas por negarem uma pandemia tão terrível, 300 mil pessoas mortas e o pessoal negando, achando que é tudo mentira, cloroquina, essas palhaçadas. Vamos chegar a 1 milhão de mortos para o Brasil aprender a ser humilde.

Meu xodó da discografia do Ratos de Porão é...

Brasil, primeiro que alavancou a gente com carreira profissional e foi gravado em Berlim com um puta produtor foda. (...) Mas o meu favorito é um que chama Carniceria Tropical (...) O disco é impecável, tanto nas músicas, composições, em uma época muito alternativa nossa pós Metal.