Não vivi em outras épocas, mas fazendo uma reflexão no maior estilo Woody Allen em Meia-Noite em Paris, eu realmente acredito no fato do presente ser sempre pouco valorizado e parecer uma época menos interessante para muitos. Na música não é diferente, a cada ano, novos dinossauros do Rock e da música em geral lotam estádios pelo Brasil e pelo mundo apoiados por uma legião de fãs dizendo que o que resta é ouvir os clássicos, já que não se faz mais música boa atualmente.
Este texto não tem o objetivo de cair em uma discussão sobre o quanto as pessoas estão desinformadas e se interessam pouco em pesquisar novos sons, até porque, se está lendo este site, cujo foco são as novidades, a chance de você se interessar por elas é grande. O objetivo é refletir um pouco sobre o por que estar por dentro dos últimos lançamentos é bom e uma experiência sem volta para qualquer fã de música. O Monkeybuzz surgiu com a ideia de olhar as revelações de maneira mais crítica e tentar filtrar as maiores promessas e agora explicamos um pouco do por que gostamos tanto de ouvir novos sons.
Tudo já foi novo um dia
O primeiro e mais óbvio motivo, mas que vale a pena ressaltar, é que todos os clássicos já foram novos algum dia e acompanhar os lançamentos de perto é ver a história acontecer em tempo real.
Se não tem o hábito, experimente a sensação de conhecer uma banda desde seu início. Obviamente, não faça isso com a intenção egoísta de guardar aquilo só para você e torcer para que ninguém mais conheça a banda e sim para conseguir assistí-la de perto em shows pequenos, tocando versões diferentes das músicas, covers e muito provavelmente conhecer os integrantes e quem sabe, influenciar um pouco no trabalho deles, a sensação depois é de ter participado de algo muito legal.
Apreciar arte que reflete temas contemporâneos
Esse é um dos pontos mais interessantes para quem curte música, arte e cultura de maneira geral. Existem obras que tornam-se clássicas por refletirem conflitos de seu tempo e não há dúvida de que é interessante conhecê-las e admirar o quanto muitas delas são atemporais. Porém, o mais excitante, é poder encontrar artistas que consigam traduzir em música o que vivemos hoje, e lembrarmos daquilo em alguns anos, como algo seu, que ilustra um momento que você viveu. Para quem gosta do passado, um exercício legal é tentar enxergar nas revelações todas as possíveis influências dos mais experientes.
Expandir as habilidades do cérebro em processar coisas novas
Assim como explica James L. McHard em seu livro The Future Of Modern Music, ouvir sons atuais exercita seu cérebro a processar não só novos sons, mas novidades por completo. É uma maneira muito agradável de facilitar a assimilação de novos idiomas e novos temas, podendo ajudar seu desenvolvimento nos estudos e no trabalho inclusive.
Descobrir novas paixões
A cada dia, tento diminuir preconceitos e ideias que tinha à respeito de muita coisa e fico cada vez mais empolgado com as perspectivas que se abrem na possibilidade de novas paixões e hobbies. Posso garantir a vocês que quanto mais nos aprofundamos em algum tipo de produção cultural, maior a chance de nos surpreendermos e obviamente que com a música não é diferente. Esse ano em especial foi muito forte para certos gêneros que sofrem preconceito de fãs de música, com excelentes revelações no Pop, no Hip-Hop/R&B e numa vertente do Rock mais pesado e garageiro.
Em geral, espero que essa reflexão sirva de estímulo para procurarem novas experiências principalmente com música, a satisfação é garantida. Uma coisa podem ter certeza, estaremos aqui para ajudar nessa jornada.
