Bárbara Eugênia – Sesc Belenzinho, SP

Cantora radicada em São Paulo entoa suas novas canções de amor com participações especiais de Pélico, Tatá Aeroplano e Edgard Scandurra

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Fotos: Leonardo Mascaro
Nota: 3.5

Impreterivelmente às nove horas, Bárbara Eugênia era anunciada pela pontual organização do SESC sobre sua estreia nos palcos com o repertório do disco É O Que Temos, o mais novo lançamento da cantora junto ao selo Oi Música. Trajada em um macacão de um forte tom amarelo e entrando em passos leves, a cantora é recebida com palmas e entra confiante aguardando por um bom retorno do público.

De forma notável, o coração pintado no rosto acompanha a faixa de mesmo nome que abre o show (e o álbum) de forma estimulante. Bárbara mostra aptidão pra música de maneira sutíl e plena, entoando seus versos tal qual como em sua compilação e cantando sem qualquer esforço as faixas Sozinha e Out To The Sun. A primeira vez pede participações especiais: Edgard Scandurra concentra vários olhares por acompanhar a musicista do começo ao fim neste show, no papel de guitarrista convidado. Pélico preenche a parcela de animação com o dueto de Roupa Suja* e deixa o público entusiasmado. Ele é o único a arrancar gritinhos femininos dali em diante. Pelos quatro minutos, sua presença arrancou até mesmo lamentos ao sair da luz do palco.

Bárbara seguiu sua apresentação revivendo Por Aí, de Journal de BAD, seu primeiro registro musical compilado e lançado em 2010. O público que por ali passava parecia não ter se atentado ao recente registro da cantora, e embora ela se manifestasse a favor de quem ali estava, tentando estimular a dança e a diversão de quem a assistia, os mesmos pareciam inertes, afetando poucas pessoas até então. A doce Eugênia convidou Chankas e Tatá Aeroplano ao palco, anunciando um trabalho conciso junto ao guitarrista que produziu seu disco ainda para este ano, além de revelar que a doce cantiga Não Tenho Medo da Chuva e Não Fico Só foi criada para seu jovem sobrinho, Gregório, oferecendo beijos ao guri.

Depois da sensual Jusqu’ à la mort e a batucada de Ugabuga Feelings, a nômade brasileira aproveitou que a versão de Diana/Neil Young, Porque Brigamos, agora pertence a sua seleção musical vigente e fez um combo Jovem Guarda com a sequencial As Curvas Da Estrada de Santos, do rei Roberto Carlos.

You Wish You Get It trouxe finalmente boa parte da plateia pra próximo do palco, ao invés do conforto de suas poltronas, zerando a primeira e maior parte do show. O Bis voltou rápido e num caminho meio perdido, com um cover improvisado de Pessoa Louca, outro projeto de Barbara com sua amiga atriz Karine e a finalização com Ficar Assim, também de sua compilação de estreia, dando início a um futuro ciclo de shows a ser melhor lapidado com o tempo. O título É O Que Temos fez sentido por enquanto.

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MARCADORES: Show

Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.