Se temos aquele ditado “Não julgue um livro pela capa”, não é em vão, e portanto devemos usá-lo. Ao nos depararmos com o quarteto todo arrumadinho que é The Strypes, a primeira impressão que pode gerar é a de mais uma banda com um Indie Rock genérico e mais do mesmo, sem graça, com o espírito wannabe pop/rock star e mais uma conjunto para não se ouvir. Porém, essa é a capa. Ao abrirmos o livro nos deparamos com um som de gente grande, e que é inspirado em gente ainda maior.
Originados da Irlanda, os quatro garotos são novos na cena musical, mas já mostram potencial com o pouco material que se tem divulgado. Com apenas cinco anos de atividade e dois EP’s e um single, lançados em sequência nos meses de Abril, Mario e Julho desse ano – respectivamente – a banda, apesar da pouca idade de seus integrantes, nos coloca num revival do Blues Rock raiz, aquele – guardadas as devidas proporções – de grandes nomes como Bo Diddley e Jerry Lee Lewis, e até mesmo um pouco do que se ouvia nos primeiro trabalhos dos Stones. Entretanto, claro, com um toque mais moderno e com levadas mais dançantes, o que de maneira alguma deprecia a qualidade do som dos rapazes.
Além disso, o quarteto consegue colocar muita energia e vontade, o que resulta num trabalho que não soa como uma mera cópia ou imitação de ídolos dos jovens, e sim uma real entrega dos mesmos em compor tal sonoridade, exigindo muita alma em cada acorde que ressoa.
No total temos apenas 7 canções da banda. Entretanto, já se observa o feeling, bom gosto, boas influências, e uma atitude desapegada (e devidamente dosada) do lado Pop – que costumeiramente corrói os estilos mais apegados à raiz roqueira e blueseira -, fato que só nos faz crer que temos mais um nome para ficarmos de olhos e ouvidos ligados.