O Post-Rock da banda escocesa Mogwai era tido como uma das maiores ansiedades do público no Sónar SP e o quinteto, por mais que tenha sido prejudicado por problema técnicos, conseguiu atender (ou mesmo superar) as expectativas de todos.
A sala apelidada de Sónar Hall estava cheia já antes da apresentação. Quando os músicos entraram, com o atraso que imperava em todo o festival, ainda mais gente apareceu, precisando ocupar os corredores – e irritando a plateia que chegou cedo para pegar um bom lugar.
Porém, ao iniciar da primeira música, White Noise, toda a sala foi tomada pela beleza dos acordes e da projeção na tela ao fundo e nos dois lados do palco, o que se repetiu com a seguinte, Rano Pamo. O envolvimento da música instrumental com o design apresentado atrás dos músicos conseguia um efeito semelhante ao do show do Kraftwerk na noite anterior, mesmo que sem o recurso 3D.
Na terceira música, I’m Jim Morrison, I’m Dead, o telão se apagou e toda a atenção se voltou à banda, o que tornou as falhas técnicas no áudio ainda mais evidentes como a muita microfonia nas caixas de som, que pareciam já ter passado de alguma validade, visto o som abafado e reverberado que emitiam, além do som baixo do microfone, que difcultava a comunicação do guitarrista com a plateia (que mal respondia suas interações por não ouvi-lo direito).
Ainda assim, banda e público seguraram a vibe até o final – que reservava as melhores faixas de todo o show: a trinca Mogwai Fear Satan, 2 Rights Make 1 Wrong e Batcat, que encerrou arrebatadoramente a apresentação, mostrando que a qualidade das composições da banda (e o consequente carinho dos fãs) conseguem passar por cima dos empecilhos acidentais em um palco que não parecia estar preparado para o baque de tantas bandas diferentes em uma mesma noite.