Jaloo, Baby Rose, Maxo Kream e mais…

Visões colaborativas, vozes do Blues e cartas ao pai: Monkeyloop para ouvir e crescer

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Fotos: Arte: Solo.etc

PARA OUVIR

Jaloo – Ft.

Ft. é a expansão do compositor paraense para além de sua introspecção criativa. Esse movimento vai agregando outras vozes (Céu, Dona Onete, Lia Clark, etc.) sem desconfigurar o Pop brega do Jaloo como conhecemos. No meio de sons dançantes, há diversas letras excelentes, destaque para esta de “Céu Azul”: “Vou avisar aos cachorros da rua que a minha ferida crua é melhor não lamber / Vou avisar aos cachorros da rua que pro povo pobre a vingança pode ser mel e prazer”. Há também uma mensagem significativa e relevante na escolha de como a obra seria produzida: faz-se necessária, até urgente, uma confluência cada vez maior de artistas. Isso se torna inevitavelmente atual, face aos desmontes culturais que abarrotam trending topics quase diários. E é não só a produção de obras de qualidade, mas também o volume produzido e o posicionamento de uma força artística como bloco que batem de frente com tais medidas. É o “ninguém solta a mão de ninguém” além do discurso. (Leandro Reis)

Baby Rose – To Myself

Com o peso emocional e o alcance do Blues, Baby Rose evoca com sua voz artistas como Nina Simone, Amy Winehouse e Sarah Vaughan. Escritas durante três meses após o término de um relacionamento de longa data, as histórias de To Myself fluem entre suas dores, a escolha de deixar uma pessoa e, o mais importante, a decisão de mudar sua caminhada e reformular completamente parte de sua história. Esse é o primeiro, e ótimo, álbum da cantora de Atlanta entregue há poucas semanas. Ainda veremos muito o nome dela por aí, seguindo a sua própria trajetória. Anote. (Ana Laura Pádua)

Maxo Kream – Brandon Banks

Se por um lado, Kream não traz nada de novo ao Rap e suas vertentes que vêm surgindo ao longo dos últimos anos; por outro, seu lirismo compensa seu excessivo conforto nesse “lugar comum” do estilo. Brandon Banks retrata a relação extremamente complicada que tem com seu pai – ao mesmo tempo em que ele provia para a família através de pequenas contravenções, em algum momento, foi preso e quase não fez mais parte da vida do rapper a partir daí. Suas letras são diretas: respeito sem adoração e culpabilização sem condenação revelam a postura do artista com o pai. É nessa corda bamba que ele anda para falar até de seu próprio envolvimento com a criminalidade. Um storytelling bastante envolvente que requer uma escuta atenciosa. (Nik Silva)

TLC – Crazysexycool

2019 celebra os 25 anos de um dos discos mais influentes do R&B na década de 1990. Em seu segundo álbum, T-Boz, Left Eye e Chilli abandonaram a infantilidade de seu trabalho de estreia e amadureceram-se em uma sexualidade que chega aqui envolvida por beats de primeira. Ouvi-lo hoje é notar como muitos dos seus timbres (dos sintetizadores de “Kick Your Game” ao drum machine de “Case of the Fake People”) estão presentes na produção atual não só do R&B, mas também no Indie. Ao mesmo tempo, hits como “Waterfalls” e “Creep” sobreviveram bem aos anos e seguem dignos dos adjetivos que formam o título. (André Felipe de Medeiros)

PARA VER E OUVIR

Céu – “Coreto”

FKA feat. Future – “holy terrain”

Letrux – “Vai render”

Grimes & i_o – “Violence”

Jenny Hval – “Accident”

Angel Olsen – “Lark”

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