Mariah the Scientist, Mahalia, Gong Gong Gong 工工工 e mais…

Neo-divas, Rock chinês e uma sensibilidade emocore contornam as escolhas do Monkeyloop desta semana

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Mahalia – LOVE AND COMPROMISE

Para seu aguardado disco de estreia, a jovem britânica Mahalia escolhe seguir em um mar seguro e bastante navegado nos últimos anos: a intersecção entre o Pop e o Soul. Há também aqui e ali elementos do R&B, seja com um tom mais moderno (de “What You Did”), jazzístico (“Karma”) ou aquele vindo diretamente dos anos 1990 (em “He’s Mine”), isso sem contar os elementos totalmente presentes no zeitgeist dos últimos anos, como o dancehall (em “Simmer”). Dono de uma boa variedade, o registro encanta também pelas letras que retratam temáticas como relacionamentos de forma bastante crua e, às vezes, confessional. Tudo isso apresentado por uma voz doce ao mesmo tempo em que potente como veículo destas histórias de amor. (Nik Silva)

Gong Gong Gong 工工工 – Phantom Rhythm 幽靈節奏

Com apenas uma guitarra e um baixo, o duo chinês formado por Tom Ng e Joshua Frank – apesar de investir em uma fórmula datada – mostra que nem todas as possibilidades sonoras entre estes dois clássicos instrumentos do Rock já foram exploradas. Misturando o pós-punk com o Blues do Oeste africano, o disco Phantom Rhythm 幽靈節奏, segundo da carreira do duo, não cai na tentação de floreios instrumentais desnecessários e, assim, alcança um resultado classudo com nuances que demandam total atenção para serem percebidos e apreciados. (Pedro João)

Mariah the Scientist – MASTER

Eis mais uma Mariah para você chamar de diva – ou não, já que norte-americana aposta na vertente mais Indie do R&B. E é isso o que encontramos em seu álbum de estreia: MASTER aproveita muito bem uma coleção de referências do meio alternativo dos últimos anos. Há o Indie Pop em “Reminders”, aquele Indiezão mais Lo-fi de “Beetlejuice” e até beats refinados da Eletrônica de gente como FKA twigs em “Thanks 4 Nothing”. Entre o lado mais cru de Kelela e a veia Pop de Jorja Smith, Mariah The Scientist encontra um lugar de sonoridade sempre rica e atual, o que resultou em um disco de tanta personalidade quanto o vocal da cantora. (André Felipe de Medeiros)

Chastity Belt – Chastity Belt

Se a maior parte dos instrumentos musicais vendidos nos EUA em 2018 foi comprado por mulheres é porque o rejuvenescimento do Rock está na mão delas. Chastity Belt, banda formada por quatros norte-americanas em Walla Walla, Washington, não é necessariamente uma novidade e, por isso, pode ser considerada uma das precursoras de um movimento que ganhou potência na última década. Chastity Belt é seu mais recentemente lançamento, de 2019, e mostra um lado ainda mais melancólico e lento da banda, com toques de Slowcore e Emo, mas com letras mais interessantes pela mudança de perspectiva. Aliás, este talvez seja o elemento mais valioso dentro de um Rock que tem dificuldades para se reinventar, mas que ao mudar sua visão e fugir de composições desgastadas na ótica masculina, ganha valor e projeção. (Gabriel Rolim)

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