ROSABEGE, Ana Roxanne, KOKOROKO e mais…

Pop X Eletrônica, Jazz X Afrobeat e outros contrastes radicais se chocam no Monkeyloop desta semana

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Fotos: Arte: Solo.etc

PARA OUVIR

Brittany Howard – Jaime

Brittany Howard é um nome que traz consigo quase que uma garantia de alta qualidade musical desde que deu as caras pela primeira vez com seu Alabama Shakes. Sete anos depois, devidamente consagrada, ela presenteou os fãs da banda com sua primeira obra solo, batizada com o nome de sua falecida irmã. Nele, a artista canta sobre a infância no Sul dos EUA (“Georgia”), espiritualidade (“He Loves Me”) e desilusões amorosas (“Baby”) sem apelar para o status de “diva” que insistem que ela exerça. Pelo contrário, Brittany vem acompanhada de uma ambientação contemporânea e eletrônica, construída artesanalmente no escurinho do estúdio, sem o glamour dos holofotes. Ao longo de seus 35 minutos, Jaime traz colagens, insertos e samples que formam um scrapbook musical da vida da artista. O resultado é uma obra muito mais íntima do que qualquer letra confessional poderia comunicar. (André Felipe de Medeiros)

ROSABEGE – IMAGEM

IMAGEM é uma boa apresentação do quarteto Rosabege ao mundo. A estética, seja pela sua capa futurista ou pelo curta baseado em todo o disco, mostram o cuidado com o que o primeiro LP do grupo foi criado. Se muitas vezes esse direcionamento plástico pode ser enganoso, como uma bela capa de livro sem substância, aqui o pacote se mostra muito mais completo. IMAGEM é ousado e contemporâneo em seu Pop eletrônico desconstruído; é esperto ao unir futurismo ao Indie sem deixar de lado a preocupação de proporcionar, acima de tudo, uma experiência diferente do começo ao fim. Assista e sinta IMAGEM de Rosabege para entender sua bela e surpreendente estreia. (Gabriel Rolim)

Ana Roxanne – ~~~

Por que o prazer do silêncio está cada vez mais raro? No EP ~ ~ ~ de Ana Roxanne, o que mais se destaca é o humor, não tão comum, nas melodias construídas nas faixas. As captações serenas das ondas do mar abrem “It’s a Rainy Day on the Cosmic Shore” e “In a Small Valley”, com longas pausas, criam uma ilusão entre tempo e espaço. Dependendo de suas prioridades e mood no momento, ~ ~ ~ pode te ajudar a mergulhar em uma introspecção ou distraí-lo, mas com certeza, Ana Roxanne te convida a uma contemplação, a fruição do tempo. A música ambiente talvez nunca esteve tão disponível quanto agora. Aproveite o silêncio. (Ana Laura Pádua)

KOKOROKO – KOKOROKO

Já dissemos, há algumas semanas que Londres, tem se tornado um grande celeiro de novos artistas do Jazz moderno e vem de lá o coletivo de Afrobeat KOKOROKO que sabe como ninguém repaginar para os dias de hoje elementos da música africana e uni-los ao experimentalismo do Jazz. O octeto mistura (em apenas quatro faixas) esses dois estilos gerando uma sensação de euforia quando os beats aceleram, de acalento quando Sheila Maurice-Grey toca seu saxofone de forma mais calma ou ainda guiados em viagem lisérgica pelas guitarras de Oscar Jerome. A intensidade das músicas está estampada já no nome do projeto (que também batiza esse aguardado EP de estreia): KOKOROKO significa “seja forte” no dialeto Orobo, falado em algumas partes da Nigéria. (Nik Silva)

PARA VER E OUVIR

Travis Scott – “HIGHEST IN THE ROOM”

Blue Hawaii – “Still I Miss U”

Daniela Andrade – “Ayayai”

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