Mallu Magalhães

A nova turnê da cantora paulistana reflete maior experiência em palco e busca pela identidade dentro do universo musical

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Fotos: Fernando Galassi, Monkeybuzz
Nota: 3.5

O terceiro sinal foi dado para avisar sobre o início do show e o público, mesmo quem já havia chegado há algum tempo, ainda parecia agitado. Pouco antes de começar a apresentação, quem adentra e figura parte da plateia é Marcelo Camelo, que dirige e produz a nova turnê para o disco Pitanga, de Mallu Magalhães, além de ser o par romântico da cantora.

No palco, os canhões de luz dirigiam-se ao microfone. Acima, um brasão com um pássaro iluminado por pisca-piscas, uma pitanga gigante inflável e ao fundo fitas de plástico compunham o cenário em que a jovem moçoila entrou logo após os anúncios oficiais do SESC.

Tudo começou com Cena, Baby I’m Sure e Highly Sensitive, as canções mais contidas e reflexivas do álbum agora eram ali postas a público em uma das primeiras apresentações da jovem intérpete preenchidas com o que há de mais novo criado por ela. Logo de início, houve algumas reclamações por parte do público a respeito do som e das letras que Mallu cantava: Não conseguiam entender devido à timidez da garota. Alguns defensores retrucaram e o show seguiu seu fluxo, buscando pela felicidade do público.

Aos poucos, Mallu foi ficando à vontade em frente ao pedestal e mostrando ao que veio. Ô Ana e Olha Só, Moreno foram acompanhadas por parte dos fãs mais admiradores das canções de Pitanga, tirando sorrisos da paulista enquanto dedilhava seu violão.

Um dos pontos altos da noite foi quando a jovem pediu luz e agradeceu a pessoa que mais a apoiou desde o início de sua carreira ao palco. Se debulhando em lágrimas, ela abraçou forte o pai, que ganhou um violão logo em seguida para que tocassem juntos a inédita Your Lullaby. Acústica e nostálgica, a canção amoleceu o coração de quem havia reclamado no começo.

A partir daí, Mallu já se sentia em casa. Soltou os cabelos, os quadris e emendou a música hit Velha e Louca. A balada libertadora provocou na moçoila uma mudança de atitude em palco. A maior parte do público cantava junto enquanto a intérprete se requebrava como sabia.

Evitando tocar as faixas de seus primeiros CDs, a vocalista improvisou com versões adaptadas de hits conhecidos através de outras vozes. Me Gustas Tu, de Manu Chao, foi a primeira canção recriada pela jovem. Em ritmo de reggae, os pequenos passos e ombros balançantes de Mallu Magalhães permaneciam animados, e quem assistia curtia junto sua performance.

Ao sair do palco sem muitos avisos, a plateia assoviava e aplaudia fortemente, já esperando pelo bis. Ela voltou com quatro canções de saideira: Cais, uma versão própria de Xote dos Milagres, do grupo Falamansa, na qual implantou um MPB de qualidade enquanto brincava com a voz, uma segunda composição com o pai e fechou a apresentação com a canção que mais reflete sua nova fase, Sambinha Bom.

A nova turnê da cantora paulistana mostra cada vez mais que a busca por uma identidade tem dado certo. Pitanga marca o recomeço de Mallu dentro do seu próprio eixo. O álbum que agora tem nome próprio e não se esconde atrás do nome de quem o concebeu.

Veja abaixo na nossa galeria alguns cliques do show!

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MARCADORES: Show

Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.