Pop Eletrônico com tempero carioca: Apollo mostra que sabe escolher um formato sempre legal (ou “maneiro”, como dizem no Rio) para apresentar suas composições em Pure Lust.
Como o nome sugere, é um disco de músicas à flor da pele e ao pé do ouvido, mesmo que no meio da pista. O eu-lírico parece ser um “moleque transante” sensível com um quê de obsessão pelo seu objeto de desejo – uma receita caprichada para um EP interessante.
Faixas como Aim e a que batiza a obra revelam também uma influência das linhas mais tortas do R&B contemporâneo (um estilo que tem tudo a ver com os temas aqui trabalhados) sem deixar o teor Pop das composições vir à tona – sendo Crash o melhor exemplo disso -, com alguma coisa do Funk dos morros do Rio e da grande mídia dando as caras aqui e ali.
Para isso, Apollo teve o amparo de dois nomes de peso na produção, Diogo Strausz (nas cinco primeiras) e Leo Justi (Loan), que ajudaram a dar forma à poesia dançante do carioca. O resultado é um lançamento divertido que, se não seduz um novo público alheio às suas referências, sabe conquistar a atenção de quem já acompanhava seu trabalho.
Nesse pique, o músico mostra-se um dos nomes interessantes no Rio de Janeiro para quem aprecia a música essencialmente de hoje em dia, com influências múltiplas sem deixar as tendências de lado.