Deadmau5 fez história no Palco Butantã

Produtor canadense fez jus a sua confirmação no segundo palco maior do festival, surpreendendo do Electro House ao Rock

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Há quem preferisse o estridente som de Passion Pit no Palco Alternativo, ou já guardar um bom lugar no Palco Cidade Jardim para The Killers, que viria mais tarde, mas no Butantã fazia história. Deadmau5, ou um produtor com a cabeça de um Mickey Mouse, tem seu nome já consagrado na cena de Electro House e vinha como headliner de sexta-feira, fazendo jus à sua posição. No grandioso Palco Butantã, o mesmo por onde passaria Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs e Planet Hemp, o produtor canadense provou por que sua música pode prender mais pessoas que um Palco Perry. E prendeu.

A começar pela estrutura do show. O palco era revestido por telões LED, inclusive sua cabine (que lembrava muito o ícone do Digitalism para 2 Hearts). Luzes, lasers, fumaça, canhões, tudo fazia a atmosfera futurista que cabia à marca bem humorada que o DJ construiu pra si, hora fantasiada, hora com uma aba reta sóbria. Usando diversas máscaras de rato (algumas animadas com LED, outras chapadas) ele ia trazendo comentário do público, que se mostrava absurdamente fiel ao seu som. Lotando a parte de trás do Jockey Club, era notável a presença de pessoas que estavam ali somente por conta do camundongo, ao cantarolar seus maiores sucessos e gritar com euforia as passagens de faixas como Ghosts’n’Stuff, Some Chords ou Raise Your Weapon de forma triunfal que o produtor fazia.

Tirando o problema de início com o som (que estava relativamente baixo, dando pra ouvir o som que vinha do Palco Perry tranquilamente), tudo ocorreu bem. A garoa não atrapalhou nenhum segundo dos 90 minutos de apresentação de Deadmau5. Pelo contrário, o público se encontrou animado para fazer seus próprios adereços dignos de aparecer nos telões de unicórnio ou cosplay do próprio rato, recebendo gritos e risadas de todos os lados. O ápice da noite, sem dúvidas, foi quando o produtor se sentiu à vontade para ousar com o Rock de todo festival para soltar, de forma crua, uma faixa do Rage Against the Machine no meio de seu set. Killing in the Name fez com que os presentes enloquecessem e gritassem o refrão da música dando pra ouvir de longe. Não só isso, mas a flexibilidade de misturar Techno, com Electro House, EDM e Rock.

Que o som é mais comercial, isso ninguém tem dúvida, mas o Lollapalooza com certeza acertou que haveria público específico para a atração, inclusive com camisetas remetendo ao capacete e tudo mais. Deadmau5 demonstrou técnica e habilidade suficiente para comportar o palco que o confirmaram. Foi bonito perceber que o brasileiro dá valor à música eletrônica em um festival desse porte em um horário “de pico”. Que o rato sempre volte!

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Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King