Lolla’18: Destaques do Segundo Dia (Sábado, 24)

Anderson .Paak, David Byrne e The National marcaram o fim de semana

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Fotos: I Hate Flash

Mensagens de impacto para o tempo que vivemos, imprevistos no palco, participações especiais, momentos memoráveis e muita música marcaram o segundo dia de Lollapalooza Brasil 2018. O sábado, 24 de março, foi o primeiro dos três dias a ter seus ingressos esgotados, e o público ali presente recebeu tudo o que buscava ao lado de lembranças, fotos e a oportunidade de ter testemunhado tudo isso pessoalmente.

Dentre tudo o que a equipe Monkeybuzz vivenciou no dia, estes foram alguns dos maiores destaques.

Anderson .Paak

“Gostosa”, “Tô fudido, tudo bem!” e propor um brinde de cerveja foram algumas das diversas interações de .Paak com o público no palco principal Budweiser. O setlist foi marcado por ser bem mesclado, entre canções como Put Me Thru, Room In Here e The Bird, do álbum Malibu (2016), até seu mais recente lançamento, Til It’s Over, que tem participação de FKA Twigs – quando anunciou a faixa, .Paak ficou tentando imitar a dança da artista no clipe. O músico mostrou ser bem confiante e fez um show em que era difícil ver alguém parado. Quando ele começa a tocar bateria então… Dança na certa! Com certeza, um belíssimo show para curtir em uma tarde calorosa de sábado. (Ana Laura Pádua)

Liniker e os Caramelows

Debaixo de um forte sol, Liniker finalmente se apresentou pela primeira vez no festival. Digo finalmente porque o palco Onix estava lotado de fãs ansiosos e emocionados ao ver a cantora em ação. Teve o single novo, Lava, e participação especial de Linn da Quebrada, até chegar em seu maior sucesso, Zero. Quando essa canção chegava ao final, só era possível ouvir a voz do público por conta de um problema técnico no PA. Liniker pediu para que os fãs continuassem cantando, mas, logo em seguida, teve que se retirar do palco 15 minutos antes do combinado. Mesmo com frustração e tristeza, foi lindo ver a energia e conexão de Liniker e os Caramelows com o público. (Ana Laura Pádua)

Ventre

Emocionante, potente e fugaz – o show explica muito bem a curta e meteórica carreira da banda carioca. Composto por músicos excelentes que se dividem no papel de protagonistas em cada momento do show, o grupo anunciou entrada em um hiato um dia antes e um EP ainda a ser lançado, Saudade. Por isso, o telão passou imagens de sua trajetória nos últimos quatro anos em aventuras e amizades construídas pelo Brasil. Com composições desse derradeiro trabalho e seus já hits Bailarina, Quente e Carnaval, proporcionaram uma catarse imediata e emotiva. Ao final, a baterista Larissa Conforto destruiu sua bateria como se um sentimento guardado precisasse ser extravasado. Que seu hiato dure menos que o esperado. (Gabriel Rolim)

Tash Sultana

Guitarra, piston, teclado, zampona (flauta de bambu), qualidade, personalidade e só uma mulher. E que mulher. Apesar da grandiosidade dos palcos de festival, Tash conseguiu ocupar e dominar muito bem o espaço Axe no segundo dia do evento. “Vocês estão se sentindo bem? É o que eu sempre gosto de ouvir!”, disse a multi-instrumentista em sua primeira vez no Brasil. Apesar de um público fiel presente, muitas pessoas estavam ali ouvindo o som da australiana pela primeira vez. O hit Jungl fez todo mundo pular e querer um pouco mais com Notion, faixa-título de seu disco de estreia e última da apresentação. (Ana Laura Pádua)

David Byrne

Em um dos shows mais interessantes desta edição do festival, Byrne mostrou uma verdadeira peça de teatro no palco Onix durante o fim da tarde do segundo dia. Sua performance foi cuidadosamente coreografada, com todos vestindo ternos cinzas e chinelos, e um palco delimitado em formato de caixote por grandes cortinas metálicas, genial. Ali, era possível que os músicos de Byrne se descolassem durante a apresentação, tudo era móvel e livre de hierarquias. Se você está se perguntando sobre Talking Heads, pois é, os clássicos tomaram conta da maioria do setlist: Slippery People, Blind, I Zimbra, Once in a Lifetime e The Great Curve foram alguns, além de I Dance Like This e Every Day Is a Miracle, do recente American Utopia (2018). (Ana Laura Pádua)

O Terno

A banda paulistana tocou para uma legião de fãs que só cresceu após a sua primeira apresentação no Lollapalooza 2015 – um mar de gente em coro com braços pra cima cantando todas as músicas. Visivelmente emocionados, o trio, que contou com a sua formação com metais, parecia desacreditar que vivia aquele momento. Canções como Volta, Culpa e Cinza foram momentos chave da apresentação – ao fundo, cores se alternavam dando o clima pra cada música. Se a paleta de cor de seus discos indica uma mudança de espírito, podemos dizer o grupo está partindo para tons mais avermelhados em seu próximo trabalho, a ser lançado em 2018. (Gabriel Rolim)

Mano Brown

Maestro do Capão Redondo, da mesma zona Sul de São Paulo onde se encontra o Autódromo de Interlagos, Mano Brown fez uma apresentação para ninguém colocar defeito no palco Axe. Lá, chamou todos para dançar com seus hits certeiros de seu excelente Boogie Naipe e contou com uma banda completa para reproduzir cada momento da obra. Diferentemente de quando se apresentou com Racionais MC’s na primeira edição do Lollapalooza, Brown parecia um pouco mais a vontade, mas ainda com a língua afiada. Baile rico e certeiro no festival. (Gabriel Rolim)

The National

Em um palco lotado de fãs dispersos de Pearl Jam, The National conseguiu surpreender quem ali os descrevia como “música pra dormir”. Matt Berninger cantou com uma intensidade que o fazia parecer estar de frente para as pessoas-objetos de suas canções, misturando momentos de entrega raivosa com melancolia extrema. Quem também empolgou os fãs de grunge foi o guitarrista Bryce Dessner, que ao vivo ganha destaque. (Lucas Repullo)

Pearl Jam

Politicamente engajado como sempre, Pearl Jam voltou ao Brasil para um de seus maiores shows. Se arriscando no português, Eddie Vedder chamou o país de capital mundial do Rock, por ser um dos lugares em que ainda consegue fazer apresentações deste tamanho. Em duas horas e meia, a banda focou em seus maiores sucessos e ainda deu tempo para ótimos covers de Roger Waters e The Who, além de uma participação de Perry Farrell. (Lucas Repullo)

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.