A produção musical proporcionada pela revolução digital há alguns anos já é um tema amplamente conhecido e discutido, (inclusive em alguns documentários muito interessantes como este aqui) e talvez seja o tema principal do debate musical da década passada. Fugindo ao mérito do assunto, – se tal revolução, afinal, destaca os verdadeiros “talentos” ou se afoga todos num oceano infinito de produções medianas -, é neste clima de “Música Eletrônica feita no Mac de dentro do quarto” que se encontra a nova produção de Deon Custom, o álbum de dez faixas Ametrine.
Deon Van Ooijen é o jovem Holandês nome por trás de Deon Custom. Ametrine é sua estreia, um álbum de Música Eletrônica que transita por um universo específico, um mundo particular que envolve cristais, fadas e pérolas e evoca um clima de aurora boreal. Partindo da ambientação sonora das músicas em si, mas passando por todo universo que o envolve, como títulos das músicas e arte da capa, Ametrine habita este mundo mágico, gelado e onírico e desenvolve seu tema sempre por este caminho.
Apesar da idade de Van Ooijen, dos caminhos estéticos escolhidos e pelos temas específicos que fazem este álbum ficar com a aura mística de uma trilha sonora da Nintendo (juro, dá uma olhada aqui), Ametrine se sustenta desde de seu Trip-Hop jazzístico (com destaque para a ótima Luxury), ao seu Trap experimental, e até mesmo em guitarras cafonas com timbres virtuosos à la Joe Satriani da faixa-título.
Um jovem talentoso e expoente no estilo que lhe apraz, Van Ooijen tem futuro. Produtor, e um dos criadores do selo Basserk, é responsável, entre outros pela ascensão de nomes como Kratos Himself e Krause, está criando um cenário propicio, favorável para si mesmo. De olho nele.