Resenhas

Houses – A Quiet Darkness

Pássaros, amor, Deus, céu e tristeza marcam as composições que se apresentam mais suavizadas tanto no instrumental quanto nos vocais de Dexter e Megan

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Ano: 2013
Selo: Downtown Records/Fontana North
# Faixas: 11
Estilos: Dream Pop, Indie Pop
Duração: 57:03
Nota: 3.5

Delicado e mais emocional que o disco anterior, A Quiet Darkness, segundo disco de estúdio do duo Houses, nos traz letras e melodias mais suavizadas e frias, ao mesmo tempo que acolhedoras. Apesar das percussões, pianos e sintetizadores, as músicas tem como foco principal na voz sofrida que Dexter Tortoriello coloca nas composições.

Beginnings incia o álbum com sua letra pessimista, que retrata um clima de caos controlado entre cinzas (“And I would bathe in ash/As it rained down from above” [“E eu gostaria de me banhar em cinzas/Assim como isto choveu”]), pássaros caídos (“And I watched the birds/As they fell out from the sky”[“E eu assisti os pássaros/Como eles caíram do céu”]) e o sentimento de não presença (“And I felt your voice/As it carried with the wind/Like a fire in my ears/Like the darkness of fear”[“E eu senti sua voz/Como ela foi carregada com o vento/Como um fogo em meus ouvidos/Como a escuridão do medo”]), ganhando um crescimento na parte instrumental após a sua metade, dando um ar ainda mais intenso para as emoções que nos são passadas pela letra, voz e melodias. Uma das melhores do álbum.

Big Light, Carrion e Peasants são três faixas que merecem ser destacadas. Tais faixas possuem como base o uso do piano e se tornam diferenciais no álbum. Ao ouvir as duas últimas citadas – principalmente a última – não estranhe caso você encontre alguma semelhança com as músicas mais depressivas do Coldplay. Realmente ambas se assemelham – mesmo que levemente – com algumas composições da banda inglesa, com o piano ao estilo mais Pop Rock e os vocais suavizados.

Smoke Signals faz jus ao nome. A faixa mais sublime, feito fumaça e nuvem, do álbum surge com vocais de Messina arrastados entre ondas sonoras ao fundo e letra minimalista, e que volta a falar de pássaros – um simbolismo forte entre as letras das faixas do disco, assim como Deus, amor e céu.

Fechando a obra, a homônima à mesma, reúne os vocais de Megan e Dexter para uma canção longa de quase 7 minutos formada por fortes impactos percussivos e dedilhados de teclas ao fundo entre pausas de intensidade, que dão mais evidência para as belas vozes, e que encerra com um fade out de ar de despedida.

Mais emotivo e frio que o trabalho anterior, em A Quiet Darkness, Houses parece achar o seu caminho apresentando boa intimidade com o clima mais calmo e emocional. Não que seu primeiro disco, All Night, tenha sido ruim, porém não se sentia tanta interação obra-artista como vemos nesse novo álbum. Esperamos que a dupla de Chicago também ache o mesmo, e assim nos presenteie com novos discos nos mesmos (belos) moldes.

Beginnings (Edit)

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BOM PARA QUEM OUVE: Kisses, Sun Airway, Memoryhouse
ARTISTA: Houses
MARCADORES: Dream Pop, Indie Pop

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).