Pode ser que ao ler o título Sugarglider você tenha a impressão de que ele é familar – e você estaria certo. É que este é o primeiro álbum da carreira do músico que antes era conhecido assim. Entretanto, mesmo agora atuando como Renny Wilson, a musicalidade se mantém a mesma em seu revival do Disco com doses psicodélicas.
A mistura entre Disco Music resgatada dos clubes e discotecas dos anos 70 com instrumentos de sopro, principalmente saxofones dignos de Smooth Funk/Disco, ganha ainda toques lisérgicos com reverberações e ecos, dando um clima de groove nebuloso interessante e característico. Entretanto, apesar da essência Disco, as faixas não são para se tocar na pista. A presença mais sublimada com esses elementos citados transforma Sugarglider em um álbum para se ouvir em casa, deixando-o tocando ao fundo numa conversa com amigos que sejam fãs de um som setentista.
O álbum se mostra conectado entre as faixas, com transições entre o final de uma e o começo da seguinte, principalmente nas quatro primeiras. Ainda falando sobre a estrutura da obra, é a partir de sua metade que as doses psicodélicas ganham força. Feels Like a Child, Bound to Lose e Sugarglider são exemplos.
Vale ressaltar que o álbum pode ser difícil de soar bem logo na primeira audição. Isso se deve principalmente pela mistura talvez não tão convencional para a maioria dos ouvidos. Entretanto, vale dar o play pela segunda vez e buscar desvendar as texturas e elementos que o músico, agora Wilson, nos traz.
