Nathan Willians, vocalista e guitarrista da banda Wavves, deixou recentemente seu projeto principal de lado para se dedicar a outros projetos. Primeiro, veio o interessante projeto de música Eletrônica Sweet Valley, ao lado de seu irmão Kynan Willians, e agora chega aos nossos ouvidos uma aventura mais orgânica e esteticamente semelhante grupo pelo qual o conhecemos. Spirit Club é a continuidade dos pontos de intersecção que o músico tem com a cultura praiera e a Surf Music em geral, mas com resultados distintos.
Enquanto Wavves pegava muito mais o lado garageiro do estilo surfista, Spirit Club brinca com outros elementos para criar um som mais psicodélico e viajado que abraça outros estilos, como o Shoegaze e o Dreampop. É evidente que a parceria entre os irmãos no projeto anterior os abriu para novos reinos sonoros, enquanto os fez querer também inovar ainda mais. Isso é sentido em faixas muito mais letárgicas e cadenciadas, como Carousel , na viajada Sling e nas ótimas, barulhentas e oníricas Ripped e Ripped II.
Em todos esses momentos, o projeto não chega a impressionar, mas tampouco compromete. Nathan sabe fazer melodias cativantes e linhas instrumentais simples viciantes, sempre divertindo e transitando longe de grandes inovações (mesmo com o desejo intrínseco de mostrar algo distinto de sua carreira). O bom humor do músico é sentido por todo o trabalho e faixas como Dream On, uma balada lenta com vozes graves e inspirada em The Beach Boys, e Bless This Mess, uma ácida e dançante música que é pura Surf Music.
Do começo ao fim, a experiência de Spirit Club é bastante básica e não fica marcada na memória por ser insossa, divertida e, ao mesmo tempo, nada especial. Se Willians vem se especializando nisso nos últimos (com trabalhos meia boca), talvez o seu melhor projeto na atualidade seja Sweet Valley, mesmo que isso não seja grande coisa. Ouça sem esperar muito além de diversão para sua chapação.