Resenhas

Hello Blue Roses – WZO

Projeto paralelo de Sydney Hermant e Dan Bejar traz Folk atmosférico com temperos de Kate Bush

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Ano: 2015
Selo: JAZ Records
# Faixas: 10
Estilos: Folk Alternativo, Indie, Experimental
Duração: 26:33
Nota: 1.5
Produção: Cary Mercer

Embora as atenções se voltem instantaneamente para o músico Dan Bejar quando o assunto é o projeto musical de Vancouver Hello Blue Roses, talvez a associação imediata não seja necessariamente justa. O nome do músico de fato chama a atenção graças a dois fatores. Em primeiro lugar, por conta de seus outros projetos mais reconhecidos, como Destroyer ou mesmo o fenômeno Indie The New Pornographers. Em segundo lugar, por que a associação de Bejar a mais um grupo faz o rapaz entrar para nossa lista de músicos mais prolíficos dos últimos tempos, como Ty Segall.

Mas uma olhada mais atenciosa na ficha técnica da página da banda e alguns minutos de audição evidenciam que Hello Blue Roses é, na verdade, liderado pela artista plástica Sydney Hermant, que compõe e canta todas as faixas (exceto Ghosts, composta por David Sylvian), além de um violão ou guitarra aqui e ali. Integrante da banda, além de namorado de Hermant, é justo que Bejar seja citado como parte do projeto, mas não como seu integrante protagonista.

Musicalmente, Hello Blue Roses aposta numa faceta alternativa que se assemelha, conceitualmente, a seus conterrâneos canadenses de Arcade Fire, todavia não chegue nem perto de sua grandiosidade. E já que estamos nas comparações, tampouco podemos exergar aqui a malemolência exótica de Destroyer ou a pegada Pop “Indie dos anos 2000” de The New Pornographers.

Seu segundo álbum, intitulado WZO, nasce com cara de projeto paralelo. Minimalista e experimental, WZO foi lançado de surpresa e com uma edição limitada em vinil. Assim como sua capa, o trabalho chega a nós com uma impressão desconexa, abstrata e meio descolorida. Fatores que embora pareçam pejorativos se elencados assim, dão a entender que são propositais como se Hello Blue Roses (que expressa essa estranheza já no próprio nome do grupo) fosse uma oportunidade de unir a vazão criativa (já conhecidamente surreal e excêntrica por parte de Bejar) do casal por outras vias artísticas. Folk Pop atmosférico com temperos à la Kate Bush, vale experimentar. Com cuidado.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte