Três brasileiros radicados em Londres: Sky Between Leaves nasceu já de uma natureza misturada tão comum hoje em dia, embora não exercite os clichês do país natal com o de residência em seu som. Como Klein Blues revela, sua música passeia livremente por referências dentro de estéticas comuns ao meio alternativo – Post-Rock, Shoegaze, Dream Pop – para dar forma a um EP múltiplo, mas sempre muito coeso.
Isso fica muito claro logo na primeira faixa, O.B.E. (Out of Body Experience), com um timbre de guitarra muito comum ao Post-Rock e uma sensação estranha ao estilo de que um vocal surgirá a qualquer momento – o que nunca se concretiza, deixando a voz para as três músicas seguintes. Há nela também um brilho esperançoso, um certo aspecto etéreo em suas camadas (Dream Pop), ainda que sua tensão pareça prender a banda ao chão durante todo o tempo (Shoegaze).
Com apenas quatro faixas, Klein Blues vem como um pequeno disco com começo, meio e fim bem definidos. Após a introdução com O.B.E., a música título e Shell Beach concentram a maior parte da ação da narrativa e carregam em si a maior parte da identidade do EP, com sua melancolia nostálgica pelo Post-Punk de um baixo sempre presente.
The Joke Is Over termina o EP em outro ritmo, uma faixa que alonga-se por seis minutos e, dessa forma, quebra o dinamismo construído até então. Mesmo com momentos bonitos ao longo de sua extensão, ela mostra-se um tanto cansativa, o que pode desencorajar o ouvinte ao repeat em Klein Blues.
Isso, porém, não tira de Sky Between Leaves sua qualidade de “banda nova para ficar de olho” seja aqui ou do outro lado do Atlântico, seja pelo bom gosto com que escolhe seus timbres ou pela fluidez com que trabalha suas referências.
(Klein Blues em uma música: Klein Blues)
