Esben and the Witch é um trio britânico de oito anos de idade que divide-se entre o Post-Rock e algumas vertentes do Metal. Older Terrors é seu quarto lançamento, que vem logo em seguida de A New Nature, um dos pontos altos de sua carreira.
Se em seu trabalho anterior o que chamava a atenção era uma mistura de temas obscuros com uma atmosfera plácida – muito bem ilustrada pela figura sombria de sua capa diante de um cenário ensolarado -, em Older Terrors a banda parece negritar a sua música em direção ao Gótico. A sua capa agora exibe uma floresta em uma noite clara: uma paisagem possível de enxergar apenas para quem já está com os olhos abertos no escuro há muito tempo.
A mesma atitude, marcada por um pensamento complexo de quem almeja enxergar no escuro, ou ainda que permite a iluminação de um lugar que é por definição sombrio – O Rock em suas ramificações mais pesadas -, também pode ser encontrada na banda Deafheaven. Não à toa, Esben and the Witch equipara-se a essa última como um expoente que insufla um novo fôlego a um gênero musical até então bastante preconceituoso e desgastado.
Older Terrors divide-se em apenas quatro faixas, mas que ultrapassam os dez minutos de duração cada uma. Tal estratégia, também vista em outras bandas de Post-Rock como Swans e Mono, concentra uma narrativa épica, de começo, meio e fim em cada uma de suas músicas. Sylvan escorre como um lamento melodioso. Marking the Heart of a Serpent e The Reverist constroem-se lentamente até explodir num transe instrumental. The Wolf’s Sun, por sua vez, aposta no lado gótico da Darkwave.
Esben and the Witch, afinal, garante seu lugar de destaque ao experimentar por caminhos improváveis dentro do estilo que praticam, conseguindo transformar sua música em algo que soa orgânico, como se fosse o caminho mais óbvio a ser percorrido.
(Older Terrors em uma música: The Reverist)
