Não é sempre que um disco oferece um convite de imersão ao ouvinte quando ele vem acompanhado da classificação “Experimental”, mas o projeto curitibano Mante conseguiu justamente isso em Alba, seu álbum de estreia.
Seu propósito declarado era construir um “um livro de ficção científica que fosse também disco e desenho, imaginava a nação de Pindorama como arca final da espécie, mais diversa do que até ali”, e, mesmo que nem haja um senso narrativo muito explícito quando se ouve a música, o disco nunca é cansativo. Pelo contrário cada faixa renova o pique da audição com seus novos elementos dentro de toda a coesão estética da obra.
Você vai encontrar muitos fragmentos, samplers, synths, beats e belas linhas melódicas (como a do encerramento Sol Solen). É uma boa recomendação para quem pensa que a música Eletrônica de caráteres instrumentais e experimentais é sempre ou sonolenta, ou muito direcionada às pistas.
Alba é uma obra contemplativa, carismática e cheia de personalidade. O tipo de lançamento de um estreante que te deixa curioso para seus próximos passos – você termina de ouvir e, quando vê, já está digitando Mante nas redes sociais para segui-lo.
(Alba em uma faixa: Cros)