Resenhas

Gary Numan – Splinter (Songs from a Broken Mind)

Veterano ressurge com seu Gótico Eletrônico num dos melhores álbuns de sua carreira prolífica

Loading

Ano: 2013
Selo: Machine Music USA
# Faixas: 12
Estilos: Eletrônico Experimental, Gótico, Darkwave, Post-Rock
Duração: 52:06
Nota: 4.0
Produção: Ade Fenton
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fsplinter-songs-from-

Gary Numan, desde que começou sua carreira nos anos 70 (ainda dentro de seu projeto Tubeway Army), não largou mais os sintetizadores e os pedais de efeito que fizeram dele um dos grandes nomes pioneiros da música eletrônica mundial. O músico-produtor que, apesar de ter saído da linha dos holofotes desde seu hit mundialmente famoso, Cars, de 1979 (que soa, aliás, muito bem até os dias atuais), nunca parou de produzir. Numa linha prolífica impressionante, Numan produziu um álbum por ano desde sua estreia até os anos 90, quando passou para uma média de um álbum a cada três anos, marca que mantém até hoje.

Neste ano Gary Numan chega com seu Gótico-Eletrônico de Splinter (Songs from a Broken Mind), mantendo um estilo que tem sido seu desde, bem, na verdade, desde sempre. De atmosfera “filme de terror retrô” que começa pela arte da capa – e que pode afastar de cara os mais preconceituosos – Splinter é um álbum com uma proposta obscura bastante clara (perdão pelo trocadilho). Com seus sintetizadores sempre muito graves e cheios de distorção correndo por todo trabalho, e com todas as letras de temática sombria, Numan (embora, como eu já disse, tenha sempre defendido sua postura eletro-gótica) tem em 2013 um de seus trabalhos mais pesados, e, talvez por conta disso, um dos grandes álbuns de sua carreira.

As comparações com o Nine Inch Nails são inevitáveis: Todo o álbum de Numan está situado ao lado do melhor do Rock-Eletrônico-Gótico-Experimental de Trent Reznor. As influências do universo sombrio dos filmes de terror também pode render comparações ao trabalho do músico e artista plástico mais popular do gênero, Marilyn Manson (também por conta da timbre um tanto ardido da voz de ambos). Mas, na verdade, embora seja um admirador assumido de tais trabalhos – e este é um dos aspectos mais interessantes de Splinter – foi Numan quem influenciou os outros dois. Splinter marca a volta de Gary Numan com essa aura de retroalimentação criativa que teve de suas influências plástico-musicais.

Coeso e muito bem balanceado, num ritmo ágil que não deixa a tensão das músicas por tempo demais numa linha monorcórdica, o álbum sabe prender a atenção do ouvinte ao longo de suas doze músicas, feito muito difícil para um trabalho tão pesado. O ponto fraco de Splinter talvez fique por conta dos lugares-comuns nas temáticas escolhidas por Numan, sintoma facilmente reconhecível, por exemplo, no nome das faixas: Here In the Black, Lost, Love Hurt Bleed e A Shadow Falls on Me falam por si sós (até mesmo no subtítulo do álbum em si a estratégia se repete com Songs From a Broken Mind). Mas, tudo bem, tal “sintoma” é facilmente perdoável, ainda mais se levarmos em conta todo o background histórico de Splinter e do próprio Numan. Ressurgindo com um dos melhores álbuns de sua carreira e honrando o posto de um dos grandes fundadores do estilo que pratica, Splinter (Songs from a Broken Mind) de Gary Numan vale a experiência.

I Am Dust

Loading

Autor:

é músico e escreve sobre arte