Esse é o EP mais rápido que eu ouvi em todo 2013. Somando pouco mais de seis minutos, distribuídos em quatro faixas, o trio Edless Bummer cria uma ambientação errática, suja, barulhenta e, sobretudo caótica para seu trabalho de estreia, Ripper Current.
Se embrenhando por gêneros como Surf Rock, Garage Rock, Noise e Punk, a banda mostra muita energia e agressividade ao agregar esses estilos em algo que pode lembrar a sonoridade de bandas como Black Lips, Wavves, METZ e até mesmo as diversas bandas da cena Lo-Fi/Psicodélica californiana que o produtor desta obra é oriundo. Foi ninguém menos que Ty Segall, talvez o nome de maior expressividade dentro da tal cena, que produziu e apadrinhou essa tríade.
Com músicas rápidas e intensas, o EP se mostra como um teaser do real potencial da banda. Such a Drag, faixa de abertura, logo de cara mostra isso. Vocais berrados, guitarras criando rffs simples e cheios de fuzz e uma bateria forte e certeira formam a sonoridade abrasiva que pode lembrar bastante do clima surf dos primeiros trabalhos do Black Lips. Já Your Treatment traz uma versão desacelerada desta “bagunça” sonora, se aproximando de obras como Goodbye Bread, de Ty Segall.
What I Want mais uma vez explora o lado Surf Punk de maneira explosiva e enérgica, se esvaindo em menos de um minuto. The End, assim como a faixa de abertura, encerra a pequena compilação com muitos berros e guitarras que seguem a tradição do Noise Punk. Uma música que pode criar muitos parentescos com a barulhenta estreia do METZ, no ano passado.
Por mais que adjetivos como “rápido”, “sujo”, “barulhento” e pesado descrevam muito bem a ambientação escolhida para o EP, outros como “divertido”, também fazem total sentido ao se descrever a efêmera obra de estreia do trio.
