Cashmere Cat é o codinome de Magnus August Høiberg, um produtor norueguês de apenas 29 anos de idade. Seu álbum de estreia, 9, é um compêndio recheado de nomes inflamados do Pop contemporâneo, e parece querer cravar seu lugar como um sucesso comercial do mainstream.
Para se ter uma ideia da pretensão comercial do disco, encontramos ao longo das dez faixas do trabalho nomes como MØ, The Weeknd, Ariana Grande, Ty Dolla $ign e Selena Gomez. Parece pretensioso, e de fato é. No entanto, nomes como esses, protagonistas das paradas de sucesso musicais mundo afora, peixes graúdos da indústria, não são necessariamente grande novidade para Høiberg, uma vez que o artista já havia emplacado produções, por exemplo, ao lado de Charli XCX, Tinashe e Kanye West.
A lista de colaboradores é, afinal, o que define o trabalho. Se, por um lado, os convidados projetam o nome de Cashmere Cat sob os holofotes da vez, é justamente a tentativa do artista em imprimir uma marca pessoal nas inúmeras colaborações que faz que torna o trabalho confuso. Embora, é claro, seja possível categorizar tudo aqui sob o rótulo de Pop Eletrônico, 9 tenta reunir referências demais em uma massaroca sonora colorida. Tropical Jungle, EDM, Dubstep e até PC Music são temperos açucarados que transformam 9 (ao contrário do que sua capa minimalista sugere) em uma piscina de bolinhas musical, recheado de faixas plastificadas, sob as quais nos afundamos devagar e de modo truncado.
A via do Pop “torto” que abraçou o experimentalismo já consagrou-se como uma das expressões da década. Kanye West, Zayn Malik e Rihanna são alguns dos artistas que abraçaram a música eletrônica “desconstruída” em nome da nova estética do sucesso musical. Seguindo essa linha de pensamento, 9, ainda que engate alguns momentos mais inspirados, acaba se perdendo em fórmulas soam desgastadas por repetir sem senso crítico o cânone da vez.
(9 em uma música: 9 (After Coachella))