Resenhas

Guillemots – Hello Land!

Depois de um grande deslize em “Walk The River”, a banda se levanta do tombo e se mete em um projeto audacioso no qual lançará quatro discos em um ano. Se os próximos seguirem a mesma linha deste, veremos mais três ótimos discos

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Ano: 2012
Selo: The state51 Conspiracy
# Faixas: 8
Estilos: Experimental, Indie Pop
Duração: 44:55
Nota: 4.0

O ultimo lançamento do Guillemots, Walk The River, foi bem controverso agradando alguns, mas desapontando muita gente. Para mudar um pouco os ares, a banda rompeu com sua antiga gravadora, foi passar um tempo na Noruega e criou um projeto super ambicioso. Hello Land! é o primeiro de quatro discos que os britânicos vão lançar este ano e posso dizer que o quarteto começou muito bem essa arriscada empreitada chamada The Emporium of Fine Things.

Neste álbum, a banda parece voltar a visitar as velhas raízes experimentais mesmo sem soar ousado ou grandioso demais. E, por incrível que pareça, voltar às raízes significa ter liberdade, pois a banda se encontrou novamente experimentando novas sonoridades, agora sem a necessidade de produzir um grande hit. Tudo bem que Fleet pode ser amigável às rádios, mas essa é uma exceção do disco.

O álbum foi gravado no interior da Noruega, em uma região montanhosa e pacífica, e isso parece ter se refletidos nas belíssimas composições etéreas e arranjos sofisticados que fazem o disco parecer um experimento onde tudo deu certo. A faixa Outside consegue mostrar esse clima pastoril e relaxante em que a banda estava imersa, assim como Byebyeland, faixa instrumental de mais de nove minutos, que brinca com o Shoegaze e traz diversos elementos experimentais, alguns barulhos e uma harmonia de voz em várias camadas que torna a música uma das mais belas do álbum.

Em Up on The Ride os falsetes de Fyfe Dangerfield lembram os de Thom Yorke e a música antes de entrar em sua fase animada remete a alguns momentos de The Bends, do Radiohead, e em seu auge pop ela parece o que seria o encontro de ABBA com Magic Numbers. A belíssima Nothing’s Going to Bring Me Down é o ponto alto do disco, no qual a confortante voz de Fyfe combina perfeitamente com o seu arranjo etéreo.

Esse foi o ponta-pé inicial de uma série de discos que o Guillemots vai produzir este ano e, por esse primeiro trabalho, já podemos ficar ansiosos pelos que vem pela frente. Hello Land! marca a volta de uma banda que, após um grande deslize, se levanta como se nada houvesse acontecido e mostra que aprendeu com seu erros do passado.

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ARTISTA: Guillemots
MARCADORES: Experimental, Indie Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts