Hibou, ou Peter Michel, lançou um brilhante EP intitulado Dunes. São cinco faixas com riffs em meio a uma atmosfera sonhadora, mesclada à presença constante da guitarra.
O som que a Hibou traz é uma espécie de lo-fi, com um toque de “melancolia alegre” apresentada através de um indie pop. O som geral das faixas do EP soa rápido e intenso, como em Sunder, e vai para a dinâmica e tranquila Above Us, seguido por In The Sun. Tudo é coberto com um reverb espesso que dá a impressão de cada faixa ser apresentada com uma névoa, onde a nitidez dos instrumentos é substituída por tons mais suaves que parecem fundir-se uns aos outros.
Começando com Sunder, uma canção minimalista com uma pegada mais rock, somos apresentados logo de cara para um dos primeiros pontos claros que virão ao longo do EP: um bom trabalho com a guitarra que, nesta primeira canção, se mostra como interessantes harmonias estridentes, ajustando-se à velocidade rápida e intensa da música.
Seguindo pela aposta na guitarra, a segunda faixa transporta-nos para um tom mais delicado em Valium, trazendo uma batida que aparece alegre no meio da música com um toque oriental em sua melodia. A guitarra soa brilhante e contrastante, por trás de uma brisa suave e abafada da música, especialmente com os acordes quase tristes e nostálgicos da canção. Valium é o contraponto de Sunder, com instrumentação textural e letras cheias de romantismo melancólico.
O brilho da guitarra surge em ondas em Above Us, que espelha um glorioso brilho de verão, onde cada nota parece um flash súbito de luz ecoando em uma paisagem escura, com o tremer da guitarra – lento, porém dinâmico. É esta guitarra que também fornece o gancho para as últimas músicas, In The Sun e Motion. As duas canções finais de despedida do EP são gloriosamente ricas e vivas – e, com certeza, você estará esperando por uma continuação, já sabendo que ali é o fim, mas querendo mais daquilo que lhe foi apresentado.
A fusão de sons é uma qualidade do lo-fi que, embora canalize um pouco da atmosfera sombria que tipificou muito do estilo musical, dá a cada canção um tom de que todo o espaço ali é preenchido por um jogo instrumental, unindo-se aos vocais que vêm com seu tom dando até uma certa impressão de eco.
Com os vocais difusos unidos a uma vibe Surf Rock, Dunes é absolutamente cativante. Um disco que marca Hibou como um dos mais promissores artistas em ascensão do momento, com um som rico e cheio de força do brilhantismo de uma guitarra energética sempre presente.
