O Indie, aquele estilo que abraçou a nostalgia há mais de uma década, se mostra já saudoso de si mesmo. Darker Days, do trio sueco Peter Bjorn and John, faz um apanhado das guitarras e percussões que dominam esse universo referencial como se tentasse mostrar o valor que essa estética – cada vez menos celebrada – possui.
É um disco caprichado, que acena ao Post-Punk em faixas como Every Other Night, brinca com o Pop em One for the Team e resgata um espírito mais Folk em Living a Dream. A principal diferença de Darker Days para algum álbum Indie lançado lá por 2008 é o quanto a sonoridade Psicodélica foi abraçada aqui, deixando rastros no tratamento das faixas, em algumas escolhas de timbres e, principalmente, em uma camada volumosa que se mostra presente em toda a obra.
Ou seja, são canções iguais àquelas que ouvimos há tanto tempo adaptadas para um formato tão presente nos últimos cinco, sete anos. Essa falta de originalidade, infelizmente, fala mais alto que a qualidade de composição e de produção que a banda apresenta com esse trabalho. É um revival de algo que ainda não deu tempo de fazer falta.
Não é de se estranhar, visto que o trio teve seu ápice absoluto em 2006 com o hit (ainda presente por aí) Young Folks e a vontade de reviver esse momento é completamente compreensível. Aliás, se Gut Feeling não possui força para repetir o sucesso da faixa da década passada, Peter Bjorn and John não se importaria se ela servisse para despertar um sorriso em quem também tem saudades daquela época.
(Darker Days em uma música: Gut Feeling)
