Resenhas

STRFKR – Miracle Mile

Quase como uma terceira versão de seu disco de estreia, o quarteto mostra que ainda consegue botar muita gente para dançar usando a mesma fórmula desde 2008

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Ano: 2013
Selo: Polyvinyl Records
# Faixas: 15
Estilos: Synthpop, Dream Pop, Eletrônica, Indie Pop
Duração: 38:45
Nota: 3.0

Para um grupo que muda de nome com tanta frequência de nome (PYRAMID, Pyramidd e Starfucker), o, agora, STRFKR é bem conservador quanto sua sonoridade. Desde sua estreia homônima (2009), passando pelo dançante Reptilians (2011), até chegar ao seu terceiro disco, Miracle Mile, o projeto de Joshua Hodges manteve suas referências sonoras quase inalteradas.

Não que os discos soem exatamente iguais, mas no geral se observa mais semelhanças do que diferenças entre eles. E o que pode parecer uma continuidade entre um trabalho e outro para alguns, pode ser considerado também falta de evolução para outros. Ainda assim, isso não tira o mérito do grupo em criar um amálgama entre o Indie e o Pop, com elementos trazidos de outras bandas e estilos para criar sua própria assinatura e de certa forma sua fórmula que os trouxe até aqui.

A base sonora do grupo, que vem do Synthpop (o que fica evidente em faixas como a dançante abertura While I’m Alive e a grooveada Malmo), é colocada no liquidificador juntamente com uma produção limpa de novas tendências de EDM (como no single Atlantis), um tom sonhador vindo do Dream Pop/Chillwave (I Don’t Want to See e Last Words) e ainda um pouco de Disco e Funk (YAYAYA). Completando a mistura, o vocal de Hodges, muitas vezes arrastado e coberto por muitos efeitos e reverberações, dá o toque levemente psicodélico a suas canções, quase o mesmo que MGMT fez em sua estreia Oracular Spectacular (levando em consideração somente os vocais).

Ainda que esta pareça a “versão atualizada” do seu disco de estreia, ele ainda sofre com alguns problemas imaturos. Um deles é a falta de continuidade entre as faixas ou o final abrupto de algumas delas. E isso é visto, logo de cara, na abertura While I’m Alive que perde seu timing de encerramento e prolonga seu característico riff de sintetizador muito além do ápice da canção ou ainda com o duo Isea/ YAYAYA que cria a impressão de conexão forçada entre duas faixas totalmente distintas, gerando um salto muito grande entre elas. Outro ponto negativo para o álbum são as temáticas (noites agitadas, tragédias românticas e crises emocionais) se repetindo muito ao longo de suas quinze faixas.

Em Miracle Mile o STRFKR mostra que ainda consegue botar muita gente para dançar e se divertir usando a mesma fórmula desde 2008. Porém, é provável que você se divirta ainda mais se este for seu primeiro contato com a banda e se essa sonoridade híbrida entre Passion Pit/ MGMT for totalmente nova para você.

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BOM PARA QUEM OUVE: Ra Ra Riot, Passion Pit, MGMT
ARTISTA: STRFKR

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts