Summer Camp é um exemplo claro de um projeto que vive em uma constante história de amor – não dos integrantes entre si, mas entre eles e os anos 1980. Com uma obra relativamente curta, o duo já deixou claro que essa década é bastante significativa entre as suas referências e, como é de se imaginar, os sintetizadores tem um papel importante nas composições da banda. Brincando entre o Pop e o New Wave, Summer Camp apostou sempre em um som divertido e despretensioso, quase sempre encarado como uma jam session feita no quarto dos integrantes após as aulas. É dessa despretensão que o novo disco Bad Love se vale, rendendo poucos momentos realmente relevantes, porém afirmando com força novamente a identidade sonora do projeto.
A despretensão pode estar presente em praticamente 90% do trabalho, mas algumas faixas chamam a atenção por escapar um pouco do padrão oitentista Pop. You’re Gone flerta com um Shoegaze meio Noise, ao mesmo tempo que Beautiful relembra algumas bandas de Rock pós-Punk, principalmente dos anos 90. É difícil encarar esses poucos momentos como se fossem tentativas de escapar das suas referências, visto que são dois casos isolados em meio a onze faixas cobertas de esteriótipos dos anos 80. Entretanto, é interessante ver como a banda acaba misturando um pouco as coisas, fazendo com que estes gêneros se misturem aos sintetizadores Pop, criando algo que chama a atenção mas ainda é pouco quando ouvido em um contexto maior.
De qualquer forma, os anos 80 continuam como o principal produto da banda, e isso acaba entendiando o ouvinte, que procura por um ponto de referência (como um single mais relevante), mas acaba se perdendo em meio à mesmisse do disco. Além disso, é difícil encarar o timbre da vocalista com algo proposital, sendo que na verdade parece uma má vontade gravar um disco. Com poucos, ou nenhum momento de destaque, o disco passa batido em meio a discografia da banda, caindo um pouco a apreciação que nos restava oriunda do primeiro e bom lançamento da banda, Welcome To Condale.
Com um disco bastante mediano, a banda ainda tenta apostar em uma sonoridade já conhecida apostando em poucas mudanças. Seria interessante ver em outros discos maiores experimentações, ainda dentro das referências, que de fato não são algo ruim, mas com a repetição excessiva tornam-se mudanos e bastante entendiantes. De fato, um “bad love”.
