Resenhas

Tennis – Ritual in Repeat

Terceiro álbum do casal vasculha anos 70 e 80, novas fontes de inspiração para seu som açucarado

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Ano: 2014
Selo: Communion Records
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Dream Pop
Duração: 38:04
Nota: 3.0
Produção: Patrick Carney, Jim Eno e Richard Swift
SoundCloud: /tracks/163006631

Pode ser que não faça isso sempre, mas eu aposto que você vez ou outra assiste vídeos de gatinhos ou animaizinhos fofos na Internet. Como disse, pode não ser algo recorrente, mas é quase impossível não dar o play quando um deles aparece subitamente em nossa timeline, por mais que todos sejam basicamente iguais ou pelo menos bastante parecidos entre si. Digo isso, pois a impressão que fica com a audição da obra completa do duo Tennis é a de estar assistindo um desses vídeos.

Com Ritual In Repeat, Alaina Moore e Patrick Riley basicamente repetem o que já fizeram em Cape Dory (2011) e continuaram apresentando em Young & Gold (2012), trazendo aquele mesmo misto açucarado vintage híbrido de ritmos vindos de algumas décadas atrás. Não me entenda mal, por mais que a receita não tenha mudado muito, o resultado é sim diferente. Não tão diferente, mas pouco mais expansivo e “solto” do que já foi visto anteriormente em sua obra.

Como conteceu de Cape Dory para Young & Gold, o duo conseguiu trazer algumas novidades ao seu som, juntando com o que tornou o registro prévio tão aprazivel. Em Ritual In Repeat essa “novidade” fica por conta de modernização do som, dessa vez se inspirado também no que aconteceu no Pop durante as décadas de 1970 e 80. Há um pouco de Madonna (I’m Callin’), Joni Mitchell (Wounded Heart) e algo próximo a New Wave (Never Work For Free e Viv Without the N), renovando as referências dos anos 50 e 60 da banda (que continuam presentes em faixas como Needle and a Knife, Timothy e especialmente na bela balada Bad Girls).

Se inicialmente o título Ritual In Repeat trazia consigo o significado da superação de um bloqueio criativo atráves de um dedicado ritual de escrever todos os dias (o que de fato aconteceu com o casal), ele adquire também um sentido mais amplo, tendo a conotação de repetição com o som da própria banda. E se aquele ditado que diz que “a prática leva à perfeição” for aplicado aqui, podemos dizer que o duo está em um bom caminho.

Se repetir sem necessariamente se copiar se tornou uma marca da evolução do som do grupo e é isso que nos deixa, de certa forma, ansiosos para seu próximo lançamento. Claro que o guilty pleasure de ver algo tão fofo (e às vezes piegas) – como os tais vídeos de gatinhos – também desempenha um papel importante aqui, mas isso é com você.

Tennis – I’m Callin’

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BOM PARA QUEM OUVE: Summer Camp, Cults, Hospitality
ARTISTA: Tennis
MARCADORES: Dream Pop, Indie Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts