No meio dos anos 2000, surgiu uma onda de resgate à música Disco. LCD Soundsystem e Cut Copy foram os primeiros e maiores representantes da primeira onda de bandas que surgiram com um som Eletrônico que emulava a energia e sonoridade das pistas de dança dos anos 80. Nomes como Yacht e Chromeo, além de grande parte do catálogo do selo DFA Records, surgiram na segunda onda da Disco Revival. Eles são responsáveis por levar adiante a tocha acesa por esses pioneiros, mas também a conduzirem em caminhos mais diversos (o misturando com tendências do Dance Punk e Synthpop).
O duo Holy Ghost!, formado por Nick Millhiser e Alex Frankel, faz parte deste segunda onda, porém tem um modus operandi que se assemelha mais com os músicos da primeira geração do revival, principalmente com Cut Copy. Suas músicas são mais ligadas ao som dos anos 80 sem necessariamente trazer ares de novidade a ele. Isso não é necessariamente bom ou ruim, visto que o grupo foi capaz de produzir boas obras como Holy Ghost! (2011) e Dynamics (2013).
O EP Crime Cutz não se distancia desses lançamentos e até recupera bastante da energia do disco de estreia em músicas como Crime Cutz e Compass Point. O compacto é bastante direto ao ponto e dançante, uma obra que pode ser colocada toda em uma balada do gênero sem o menor problema. São todas músicas carregadas por sintetizadores, baterias eletrônicas e elementos bastante ligados às sonoridades dançantes dos anos 80 em uma versão mais moderninha e sem os exageros típicos da época. Esse é um refinamento que vem desde 2005, mas que atinge novos patamares nas mãos de Millhiser e Frankel.
O fato de ter apenas quatro faixas ajuda bastante o EP. Se quando em discos maiores é possível sentir que algumas músicas estão ali somente para preencher espaço, com um número reduzido delas é possível notar que ali todas têm sua função e não se perdem entre produções que meramente precisam fazer volume. Crime Cutz é uma volta (depois de quase três anos sem novidades) e tanto e um passo interessante da banda em uma espécie de retorno a suas próprias origens, ainda que elas não estejam tão distantes assim.
(Crime Cutz EP em uma faixa: Compass Point)
