Resenhas

Sofi Tukker – Treehouse

Em disco repleto de músicas conhecidas, dupla expande sua sonoridade a lados bastante agradáveis

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Ano: 2018
Selo: Ultra Records
# Faixas: 10
Estilos: Pop Eletrônico, House, Eletrônica
Duração: 31'
Nota: 3.5

No dia em que Treehouse saiu, o público já conhecia seis de suas dez músicas. Elas foram lançadas em um intervalo de pouco mais de um ano entre a turnê de divulgação do EP Soft Animals e dez dias antes do álbum aparecer nas plataformas de streaming. Isso faz com que o disco tenha uma cara de coletânea de singles com uma ou outra faixa-bônus, o que nos leva o ouvinte ao questionamento sobre a relevância de um lançamento nesse formato, ao invés de, por exemplo, dois EPs que poderiam ter saído nesse mesmo intervalo de tempo.

A resposta, contudo, chega assim que vemos o que Sofi Tukker guardou para as novas músicas. Se os próprios singles traziam ambientações um tanto diferentes (o clima Pop mais convencional de Best Friend difere bastante da vibe mais etérea de Johny, por exemplo), as faixas inéditas apresentam sonoridades com ainda mais liberdade criativa, do tipo que não veríamos lançadas como videoclipes. Dessa forma, elas funcionam como um bom acompanhamento para as já conhecidas, ampliando significados do som da dupla, calcado na Eletrônica do House ao Pop.

The Dare e Benadryl apresentam um lado sensível que contrasta com as letras de Baby I’m a Queen e Batshit, por exemplo, enquanto Good Time Girl propõe versos introspectivos em uma ambientação sempre dançante. My Body Hurts, por sua vez, traz um dos refrões mais imponentes do duo, de forma com que a música não passe desapercebida.

O formato LP permite um envolvimento maior do ouvinte que o ouve do início ao fim (sim, ainda existe esse tipo de pessoa), e Treehouse foi bem montado para guiar sua audição por cada clima e nuance do disco, com uma sequência explosiva no início (Fuck They seguida de Energia) e os dois singles mais Pop no fim (Baby I’m a Queen e Best Friend), o que aumenta a vontade de um repeat.

Com tudo isso, Sofi Tukker prova mais uma vez que tem muito o que oferecer em matéria de músicas divertidas que fogem do óbvio. Quem dera o álbum trouxesse, então, mais inéditas – afinal, não é difícil afirmar que as pessoas, ao ouvirem um novo disco, esperem encontrar nele novas músicas.

(Treehouse em uma música: Baby I’m a Queen)

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BOM PARA QUEM OUVE: Years & Years, Disclosure, Grimes
ARTISTA: Sofi Tukker

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.