A discografia de Elliott Smith

A breve e memorável jornada do músico que nos deixou há 20 anos

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Fotos: JJ GONSON

Há exatos 20 anos, o mundo perdia Elliott Smith.

O músico de Portland era alguém no meio do caminho. Um caminho muito particular. Era muito intimista para ter qualquer coisa a ver com um resquício do grunge; discreto e nada dramático para dialogar com o post-hardcore ou o emo; urbano o bastante para não ser estritamente categorizado como um trovador folk tradicional e, ao mesmo tempo, desplugado demais para se inserir no noise e ou pisar em pedais de fuzz do rock alternativo. Elliott Smith carregava um pouco de cada coisa, mas não se enquadrava a um gênero específico ou a um movimento cheio de pares. Um fruto característico dos anos 1990, mas relutante, descompassado. E autêntico.

A poesia, a personalidade e a emoção criativa de Elliott Smith evocavam essa dualidade, esse conflito entre estética e subjetividade, entre ser e parecer. Essência e aparência. Suas composições, melancólicas e belas, envernizaram com ternura e candura a densidade de vícios, da alienação, da depressão e da inadequação. Ele foi de violões no porão a arranjos complexos e orquestrados – mas sempre munido de uma voz inconfundivelmente sussurrada, próxima, ao pé do ouvido.

Elliott Smith pareceu tão perto e íntimo, mas também distante e elusivo. Uma indecifrável crise existencial – ele parecia se enxergar ora como um em um milhão, ora como um qualquer. Mas essa habilidade de ser apenas um qualquer sempre pareceu mais com ser todo mundo. Por isso, tanta gente se sente acolhida ao ouvir o que a voz e a alma de Elliott Smith tinham e, graças à sua música, tem a dizer.

Roman Candle (1994)

Quase um acidente de percurso, estreia solo é o primeiro convite ao porão e à mente de Elliott Smith [Resenha]

Elliott Smith (1995)

Silencioso e magnético, segundo disco define o diagrama do que seriam suas canções futuras [Resenha]

Either/Or (1997)

O anti-herói e seu violão saem de Portland e se aventuram pelo mundo [Resenha]

XO (1998)

Após o sucesso e a indicação ao Oscar, retorno é ousado e com produção mais encorpada, mas mantém a essência singela de sempre [Resenha]

Figure 8 (2000)

Último disco lançado em vida apresenta os distintos sentimentos do músico em arranjos complexos e lirismo simples e poderoso [Resenha]

From a Basement on the Hill (2004)

Disco póstumo é um testamento da musicalidade refinada e emotiva desenvolvida por alguém tão talentoso quanto angustiado [Resenha]

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ARTISTA: Elliott Smith

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