No ano passado, Mayer Hawthorne lançou seu álbum Man About Town. Nele, figurava a faixa Fancy Clothes, na qual o artista cantava sobre o ritual de colocar roupas chiques e sair para dançar como uma forma de escapar à crueza da vida cotidiana. Não parece um mero acaso, portanto, que ao aventurar-se em um projeto paralelo em parceria com o produtor Jake One, os artistas tenham escolhido justamente uma indumentária para dar nome e sentido à música que estão fazendo: Tuxedo é uma homenagem ao Disco Funk oitentista com toda a cafonice que se tem direito – lapela de cetim e tudo o mais.
Três faixas presentes em Tuxedo II (como o nome já indica, o segundo trabalho do grupo após sua estreia Tuxedo, de 2015) já apareceram no EP Fux With The Tux, e o que foi dito na ocasião permanece sendo verdade. Temos aqui um projeto descompromissado que visa divertir o público, convidando-o para dançar.
Tuxedo não desconsidera o que tem sido feito nesse campo musical na contemporaneidade, e parece estar em par com as recentes investidas de Chromeo, Mark Ronson e Daft Punk neste território. No entanto, Tuxedo II soa um tanto quanto mais formulaico que se seus semelhantes. Aqui, a palavra de ordem é mais homenagear a sonoridade oitentista do que se apropriar dela. No fim das contas, Tuxedo continua servindo ao que veio, ou seja, ser uma roupa especial que se veste esporadicamente para umas escapadelas noturnas em nome da diversão.
(Tuxedo II em uma música: 2nd Time Around)