Resenhas

Robert Pollard – Blazing Gentleman

Mais um ótimo álbum de seu produtiva carreira solo, embora invertendo seu método de composição, no segundo round de 2013 de Pollard

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Ano: 2013
Selo: Fire Records
# Faixas: 16
Estilos: Indie Rock, Lo-Fi, Garage Rock
Duração: 32
Nota: 3.0
Produção: Robert Pollard
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fblazing-gentlemen%2F

Robert Pollard é mais um exemplo do universo dos músicos de produção incessante. Tal qual Ty Segall (para citar um exemplo mais recente), mas muito além deste, como uma máquina de produzir canções, a longa e prolífica carreira solo de Pollard data do ano de 1996 e já soma mais de 1600 canções registradas. Para se ter ideia, o músico produziu cerca de dois álbuns por ano desde que começou a escrever (a média se mantém firme desde 2006, mas nos anos anteriores a estabilidade só se abala por que o número imenso de músicas se divide entre EPs e projetos paralelos). Isso sem contar que, na verdade, seu projeto principal se edificou com o Guided By Voices na década de 90.

Este ano não foi diferente, e, após lançar o ótimo Honey Locust Honky Tonk em julho, volta novamente com Blazing Gentlemen para o segundo round de 2013. É claro que um ritmo tão intenso de produção tem seu preço: as canções de Pollard estão cruas, em estado puro de materialização da obra de um verdadeiro Singer-Songwriter. Sem detalhamentos ou nuances, falta em acabamento na mesma medida em que imprime a alma de Pollard sem filtros e em todas as suas facetas, mesmo que mantenham a média de um minuto e meio por música (as 16 faixas somam pouco mais de meia hora de material).

De qualquer modo, uma carreira tão longa e uma produção tão vasta trazem consigo suas vantagens. Se você gosta de Garage Rock Indie e Lo-Fi, Blazing Gentlemen (do mesmo modo que a maioria de seus lançamentos anteriores) não deixa nada a desejar para os admiradores do gênero e está ao lado (embora, à sua maneira) de Guided By Voices, Sebadoh ou outros noventistas.

O método de Pollard para compor Blazing Gentlemen se deu no caminho inverso do que normalmente se tem como de praxe: primeiro vieram os títulos, depois as letras sobre os temas subsequentes, depois as melodias e, por último, os acordes de base. A estratégia é acertada e os resultados deste procedimento são visíveis (audíveis) nos sintomas que descrevi anteriormente, ou seja, as letras são mais complexas e poéticas (e bastante interessantes, aliás, o título Professional Goose Trainer não é ótimo?) enquanto seus arranjos são coadjuvantes na totalidade do álbum. Como todos os exemplos desta resenha até então, ficam aqui os dois lados do último lançamento: mais do mesmo de Pollard, e, claro, e embora disfarçado de caótico, soando sempre muito consistente.

Robert Pollard ‘Tonight’s The Rodeo’

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Autor:

é músico e escreve sobre arte