Grand Bazaar é uma das oito bandas a formar o coletivo (ou pode chamar de selo) Risco, uma iniciativa de artistas paulistanos que uniram-se na tentativa de fomentar sua própria cena e juntos conseguirem ir mais longe, seja diluindo custos de produção ou mesmo como uma reunião de ideias ou amigos.
Me parece que, no mesmo espírito que o coletivo nasceu, o grupo também teve sua gênese. Contando com membros de bandas como O Terno, Memórias de um Caramujo, Charlie e os Marretas e Orkestra Bandida, Grand Bazaar surge para unificar ideias e quase que pegar de cada um desses extremos um pouco do que amálgama em seu som – mesmo que o resultado na verdade seja bem diferente de tudo o que cada grupo apresenta isoladamente.
Grand Bazaar EP é o primeiro registro do grupo e mostra, como o nome pode sugerir, referências ao leste Europeu. Como o tal “Grande Bazar”, mercado localizado em Instanbul, o disco traz um verdadeiro misto de referências, que vão desde a música cigana até Música da peninsula Balcânica (paises como Albânia, Grécia e Bulgária estão naquela região). Tudo isso feito com aquele toque de nossa própria música, a espontêneidade, alegria e inventividade ao juntar estilos diferentes mostra um pouco disso.
São apenas cinco músicas, distribuidas em 23 minutos, e grande parte delas guiadas só pela parte instrumental. Bandolim, rabeca, oud, violão manouche, clarinete e acordeon trazem aquele sensação de estar no tal mercado que nomeia a banda, enquanto visitantes de todas as partes do mundo estão ali criando o que se ouve. O EP se torna um divertido exercício criativo aos músicos e uma experiência quase turistica ao ouvinte, que é transportado aos ambientes em que o grupo tira suas inspirações.