Resenhas

Elliphant – One More EP

Cantora sueca encontra-se mais uma vez em sua zona de conforto

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Ano: 2014
Selo: TEN/Kemosabe
# Faixas: 5
Estilos: Dancehall, Dub Techno, Eletrônica
Duração: 17:14
Nota: 2.5
Produção: Joel Little,
SoundCloud: /tracks/168183021

Desde que a jovem cantora sueca Ellinor Olovsdotter, mais conhecida pelo pseudônimo Elliphant, surgiu na blogosfera em 2013 (com o bom single Down The Life) já era visível sua predileção por ritmos periféricos. Digo isso não só no sentido de serem marginais ao que está acontecendo na música neste momento, mas por virem também de regiões culturalmente marginais. Exemplo disso é a inserção do Funk Carioca, Moombathon, Trap e Dubstep em sua música, uma seleção underground de estilos que sabem conversar muito bem com o Pop.

Esse ambiente “marginal” parece ser o terreno preferido de Ellinor e seu principal combustível. Se isso não tinha ficado claro com os EPs Elliphant e Look Like You Love It, agora, com One More, fica claro que a moça está bem a vontade ali e que não pretende sair de sua zona de conforto tão cedo. Mais uma vez, os mesmos estilos desempenham os mesmos papeis na obra da moça e se Diplo, Skrillex, Major Lazer e M.I.A. serviam como principais pontos de referência para suas obras prévias, aqui esses continuam sendo os catalisadores da música da jovem sueca.

Repetindo a produção impecável de seu álbum anterior, a moça mergulha ainda mais nas possibilidades Pop que sua mistura pode trazer. Acompanhada da cantora dinamarquesa , Elliphant dá o pontapé em seu EP com a faixa que o nomeia. A música tem uma produção envolvente, sexy e minimalista (feita por Joel Little, responsável pelo hit Royals de Lorde), que convida o ouvinte a ficar os próximos 17 minutos em companhia das beldades. Desde então, fica claro também o clima descompromissado que as letras seguirão, falando de baladas, noitadas e efemeridades da vida.

A pequena obra continua nesse mistura entre letras joviais, despreocupadas, forçadas, às vezes, e sua musicalidade “marginal”, entrando em contato com o Rap em Purple Light, com Dancehall em Never Been In Love e Dubstep em You’re Gone. O EP passa bem longe de qualquer experimentação ou da tentativa de trazer cores novas à já colorida mistura contemporânea de Elliphant, o que, mais uma vez, a mostra confortável demais (para não dizer acomodada) dentro de seu próprio terreno. É inegável que às músicas são boas e que em seu contexto fazem sentido, mas é inagável também que a moça vem se repetindo com muita frequência, assim como repetindo cegamente os ensinamentos de suas principais referências.

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BOM PARA QUEM OUVE: Major Lazer, M.I.A., Diplo
ARTISTA: Elliphant

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts