Resenhas

Omar Rodriguez-Lopez – Blind Worms, Pious Swine

Músico subverte o Pop em terceiro álbum de seu projeto

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Ano: 2016
Selo: Ipecac Recordings
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Rock Experimental
Duração: 36:41
Nota: 3.5
Produção: Omar Rodríguez-López

E cá estamos nós para a análise de mais uma etapa na empreitada megalomaníaca de Omar Rodriguez-Lopez em 2016. O músico, para além de sua carreira solo, já é bastante conhecido graças a sua participação em projetos como At The Drive-In, The Mars Volta, Antemasque ou Bosnian Rainbows. Neste ano, aproveitando-se de uma série de canções gravadas entre 2008 e 2013, já deixou engatilhado o lançamento de doze trabalhos que serão disponibilizados quinzenalmente até dezembro.

Blind Worms, Pious Swine é o terceiro deles, e vem na trilha dos ótimos Sworn Virgins e Corazones. O álbum é aquilo que conhecemos muito bem um Rodriguez-Lopez, ou seja, uma bela guitarrada experimental com ares de Rock Progressivo. No entanto, ainda que se encaixe bem na linha de trabalho do artista em um sentido amplo, Blind Worms, Pious Swine difere um pouco dos dois antecessores de sua linhagem.

Não temos um experimentalismo tão azedo e obscuro como Sworn Virgins, tampouco temos a melancolia Folk de Corazones. Dessa vez, Rodriguez-Lopez aposta em uma espécie de subversão distorcida do Pop. O melhor exemplo disso – e a melhor manifestação do espírito do álbum como um todo -, está no cover da música Lights, de Ellie Goulding. Não que o artista fragmente a faixa em algo necessariamente difícil de se ouvir, mas parece conseguir extrair a essência de sua casca musical, recontextualizando-a da pista de dança para um universo habitado por John Frusciante.

Outro ponto de destaque são as últimas quatro faixas, que resgatam a mesma célula musical, formando um grande música de onze minutos divida em quatro partes. Sua alma rockeira, além do tema que sempre retorna, acaba por lembrar o projeto King Gizzard & The Lizard Wizard em Nonagon Infinity.

Com o lançamento do terceiro álbum de sua empreitada, Rodriguez-Lopez conseguiu provar uma consistência em seus lançamentos, que não são apenas um compilado de excertos outrora esquecidos, mas sim uma jornada formada por diferentes trabalhos com um espírito particular. Este é apenas o seu terceiro passo. Que venham os próximos.

(Blind Worms, Pious Swine em uma música: Lights)

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Autor:

é músico e escreve sobre arte