Resenhas

The Magnetic Fields – Love at the Bottom of the Sea

Depois de mais de dez anos sem usar sintetizadores, o trio volta com um álbum no mínimo curioso. Em mais uma viagem de Stephin Merritt, a banda faz um som confuso e muito aquém de seus antigos trabalhos

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Ano: 2012
Selo: Merge
# Faixas: 15
Estilos: Synthpop, Rock Alternativo
Duração: 34:15
Nota: 2.0

Marcando o término da “trilogia sem sintetizadores” do The Magnetic Fields, o trio lança The Love at The Bottom of The Sea, um disco bem estranho que parece fazer total sentido na cabeça de seu frontman Stephin Merritt – já para nós a historia é outra. Confuso em temáticas, continuidade, instrumentação e arranjos, ele pode não ser tão acessível ou agradável a todos.

Esse é o décimo disco da banda, que desde 2004 com i começou uma série de discos sem a presença de sintetizadores, o que era uma marca da banda, e presente em todos os discos até então. A viagem pela distorção dos anos 90, Distorcion (de 2008) e o aclamado Realism (de 2010), num clima mais Folk, fecharam essa aventura da banda por terrenos menos eletrônicos.

Após dois anos de espera, vemos um disco que mesmo voltando a usar os sintetizadores não abusam (tanto) deles. Existem vários arranjos construídos a partir de ukuleles, violões e outros instrumentos acústicos, exemplo da estranha Andrew In Drag. Em suas 15 faixas, o disco passeia por diversos momentos, do mais puro Synthpop a um projeto de Rock Experimental, e não consegue fluir muito bem entre esses elementos.

Desde o começo da década de 90, a banda já é conhecida pelas suas viagens nos discos, mas essa extrapolou todos os limites. Merritt é um compositor com suas peculiaridades e nem sempre o que ele quer passar pode ficar tão claro. Até mesmo na escolha dos arranjos e acompanhamentos não fica muito claro o que ele quis nos passar.

Your Girlfriend’s Face abre o disco mostrando seus sintetizadores, que ficaram fora de uso por mais de uma década, num clima de Synthpop marcado pelo uso (e abuso) deste elemento nessa primeira faixa. Infatuation (With Your Gyration) também segue esse mesmo estilo, com um nome que parece ter saído de um jogo de palavras e carrega para as letras um sentido estranho ou uma falta de sentido.

Cada disco do trio traz uma visão diferente da música Pop, já esse parece sintetizar grandes trabalhos com uma aura estranha. A genialidade dos primeiros álbuns do The Magnetic Fields parece ter ficado pra trás e ter sido substituída por uma visão caricata do Pop.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts